Quando o objetivo é ler para os alunos buscando garantir a semelhança com as situações sociais em que faz sentido ler para outras pessoas, é importante que o professor:
• Explicite sempre os motivos pelos quais deseja compartilhar a leitura com eles: porque o texto trata de uma questão interessante, porque conta uma linda história, porque é atual, porque está relacionado com um tema original, porque é divertido, porque é surpreendente, porque ajudará a classe a resolver um problema ou uma questão com a qual esteja envolvida.
• Demonstre que a qualidade do texto é o que motivou a sua escolha como algo que vale a pena ser lido: porque é interessante, instigante ou emocionante...
• Em se tratando de textos literários, evite escolher aqueles em que “o didático” – a intenção de transmitir um ensinamento moral, por exemplo – supere a qualidade literária, em que o texto é utilizado principalmente como pretexto para ensinar algum conteúdo escolar.
• Em se tratando de gêneros informativos, evite escolher textos com informações banalizadas, incompletas, distorcidas, simplificadas, supostamente escritas para um público infantil.
• Compartilhe com os alunos seu próprio comportamento de leitor experiente, mostrando-se interessado, surpreso, emocionado ou entusiasmado com o texto escolhido – relendo certos trechos, sempre que valha a pena ou seja necessário, como a passagem mais surpreendente da história, a parte mais complexa do texto, a questão central da notícia, entre outras possibilidades.
• Opine sobre o que leu, coloque seus pontos de vista aos alunos e convide-os sempre a fazer o mesmo – quer dizer, aja como qualquer leitor “de verdade”.
• Ajude os alunos a descobrir o significado do texto a partir do contexto, em vez de ficar explicando a toda hora as palavras que considera difícil.
• Ofereça elementos contextuais que conferem sentido à leitura e favorecem a antecipação do que o texto diz. Isso se dá quando por exemplo:
• Comunica aos alunos onde e como encontrou o texto;
• Mostra a eles o portador do texto: se for um livro, mostra a capa na qual lê os dados (título, autor, editora); se for um jornal, faz referência à seção na qual o texto aparece, procurando-a diante deles; se for uma carta, diz como chegou às suas mãos e a quem está dirigida etc;
• Oferece informações complementares sobre o texto, o autor, o portador: se o que vai ler é um conto ou um poema, lê também partes do prólogo do livro ou conta dados biográficos do autor, se é uma noticia, faz referência a outras notícias parecidas; se é um texto de uma enciclopédia, pode investigar o que os alunos já sabem sobre o tema.
Essa prática diária traz, a longo prazo, uma série de benefícios para os textos dos alunos, pois pouco a pouco eles vão criando um repertório de bons modelos de textos. Quando as crianças ainda não lêem e escrevem convencionalmente, apropriam-se da linguagem que se utiliza para escrever (que é diferente da que se usa para falar) e também dos gêneros textuais, ouvindo alguém ler para elas textos onde a linguagem escrita é empregada de forma cuidadosa e primorosa.
Essa é uma atividade aparentemente simples, mas que requer alguns cuidados, como por exemplo:
1. Inicie a aula sempre com uma leitura;
2. Escolha bons autores da literatura, textos com qualidade literária, evite os de frases curtas e com linguagem simplificada demais;
3. Ler é diferente de contar, por isso seja fiel ao que está escrito, leia para eles;
4. Não se preocupe em transformar essa atividade numa exploração de vocabulário: deixe que as crianças “deduzam” o significado das palavras desconhecidas a partir do contexto; a interpretação também não é necessária nesse momento;
5. Você pode ler um texto inteiro (uma notícia, um conto, um poema etc), desde que não seja muito longo, ou optar por um livro inteiro e ler um capítulo por dia;
6. E, finalmente, essa atividade não deve levar mais do que 5 a 10 minutos da aula.
Enfim, para que o professor possa saber quais são as melhores formas de trazer a leitura para dentro de sua sala de aula como algo atraente e interessante, talvez o critério mais eficaz seja o seguinte; agir com seus alunos como gostaria que seus professores tivessem agido com ele próprio para ajudá-lo a ser leitor interessado e disposto a “enfrentar” qualquer tipo de texto.
Adaptado por Rosaura Soligo e Rosangela Veliago a partir do texto da pesquisadora Argentina Delia Lerner, in Actualización Curricular – EGB – Primer Ciclo. Secretaria de Educación/Direccion de Curriculum. Municipalidad de la Ciudad de Benos Aires.
HISTÓRIA A MAGIA DO ALFABETO
NO CASTELO ENCANTADO DA FADA ROSA MORAVAM TODAS AS LETRAS DO ALFABETO. VIVIAM FELIZES E BRINCAVAM MUITO.
UM DIA A FADA AZUL DO CASTELO DOS NÚMEROS CONVIDOU AS LETRAS PARA UMA FESTA, MAS A FADA ROSA NÃO DEIXOU ELAS IREM PORQUE IRIA CHOVER.
ALGUMAS SAIRAM ESCONDIDAS E FORAM À FESTA, E OUTRAS FICARAM (AS VOGAIS). QUANDO VOLTAVAM, CAIU UMA TEMPESTADE COM RAIOS E TROVÕES. UM RAIO CAIU NA LETRA H E ELA FICOU MUDA, AS OUTRAS LETRAS FICARAM MUITO ASSUSTADAS.
AO CHEGAREM NO CASTELO, LEVARAM UMA BRONCA DA FADA ROSA QUE LHES DEU UM CASTIGO: NUNCA MAIS TERIAM SOM PRÓPRIO, SEMPRE TERIAM QUE TER UMA VOGAL ACOMPANHANDO-AS. E ASSIM FOI QUE SURGIU AS VOGAIS E CONSOANTES.
Fonte:http://cantinholudicodagre.blogspot.com/
Hipóteses da escrita das crianças
1) Fase pré – silábica
- Sabe que a escrita é uma forma de representação
- Pode usar letras ou pseudoletras, garatujas, números
- Não compreende que a escrita é a representação da fala
- Organiza as letras em quantidade ( mínimo e máximo de letras para ler)
- Vai direto para o significado, sem passar para sonora
- Variação de letras – ALSI (elefante)
- Ela relaciona o tamanho da palavra com o tamanho do objeto (Realismo Nominal)
2) Fase silábica
A) Sem valor sonoro:
- Ainda não faz relação com o som com a grafia.
- Usa uma letra para representar cada sílaba, sem se preocupar com o valor sonoro.
Ex:. BOLA __PT
CAVALO___BUP
B) Com valor sonoro:
- A escrita representa a fala
- Percebe a relação de som com a grafia.
- Escreve uma letra para cada sílaba.
Exs.: BOLA____OA ( valor sonoro só nas vogais )
BOLA____BL ( só usa consoantes )
3) Fase silábica-alfabética
- Apresenta a escrita algumas vezes com sílabas completas e outras incompletas
- Alterna escrita silábica com alfabética.
Exs.: CAVALO_____CVLU
TOMATE_____TOMT
4) Fase alfabética
- Faz a correspondência entre fonemas (som) e grafemas (letras)
- Escreve como fala
Exs.: CAVALO _______KAVALU
TOMATE_______ TUMATI
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