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domingo, 22 de agosto de 2010

Adivinhas - Lila Monteiro

Advinhas traduzidas em inglês



- O que é surdo e mudo , mas tem tudo?

Resposta: o livro

- O que é o que sempre quebra quando está falando?

Resposta: o segredo

- Ele é magro para o chuchu, amou , mas nunca come e mesmo sem dinheiro, dar comida para os famintos ?

Resposta: o garfo

- O que é a vida na mesma janela e para dentro, está fora ?

Resposta: o botão


- O que é o que é feito para andar e não anda?

Resposta: a rua


- O que é que se vira e vai a lugar nenhum ?

Resposta: o relógio


- Qual é a piada do fotógrafo?

Resposta: ninguém sabe , porque ela ainda não foi revelado.


- O que é o que sobe quando a chuva vem para baixo ?

Resposta: o guarda-chuva.


- Você sabe que dia a muda não pode entrar no hospital?

Resposta: em um dia de serviço.


- Qual é a posição única pedra sobre a água ?

Resposta: um pedaço de gelo .


- O que um monte de pontos coloridos na floresta?

Resposta: As formigas de formação para o carnaval !


- O que é um ponto verde brilhando na cama de hospital?

Resposta: o parto de uma ervilha



- A Bola diz que para o cubo ?

Resposta: não mais quadrada.


- O que é que está sempre no meio da estrada e de cabeça para baixo ?

Resposta: a letra U


- O que é o que se passa com os pés na cabeça?

Resposta: o piolho

- É um pássaro brasileiro e seu nome é o mesmo para trás .

Resposta: arara

sábado, 21 de agosto de 2010

Peixe Vivo - Palavra Cantada



Peixe vivo



A linda rosa juvenil



A Linda Rosa Juvenil



Folclore Brasileiro



Folclore



A Lenda do Brilho da Lua



ATIVIDADES SOBRE FOLCLORE

Folclore Brasileiro

Folclore é o conjunto de manifestações de caráter popular de um povo, ou seja, é o conjunto de elementos artísticos feitos do povo para o povo, sempre ressaltando o caráter tradicional destas representações transmitidas de uma geração para outra por meio da prática.


O folclore varia bastante de um país para o outro e, até mesmo, dentro de um Estado. As diferenças entre as regiões são muito grandes. No caso do Brasil, o folclore foi resultado da união da Cultura a partir da miscigenação de três povos (Europeu, Africano, Ameríndio ). O que resultou é que em muitas regiões brasileiras o folclore é muito diferente, pois devido às influências de cada um destes povos formadores do Brasil, algumas regiões apresentam maior tendência a uma determinada origem.

As manifestações folclóricas brasileiras, na sua grande maioria, são manifestações de caráter de povos mestiços ,ou seja, sofrem influência de diversas raças, apresentando características próprias, bem como manifestações em caráter artístico, possuindo elementos do Teatro, Dança, Música e Artes Plásticas.

O termo Folk-Lore foi empregado pela primeira vez em 22 de agosto de 1846 , consagrando até nossos dias o mês de agosto como mês do folclore.

Com toda intenção dos órgãos encarregados da educação, os trabalhos escolares de pesquisas sobre o folclore são cheios de equívocos, pois os fatos folclóricos não se dão apenas em agosto e sim, durante todo ano letivo. Todos nós, somos portadores do fato folclórico, independentemente de raça, cor , classe social e intelectual . Para um bom resultado pedagógico, cabe ao professor, ao dar aos alunos a tarefa de pesquisa o fato folclórico, orientá-los. O que vale dizer é que o importante para o aluno é conceituar corretamente o termo FOLCLORE e o fato a ser pesquisado; delimitando o campo da pesquisa. Para se pesquisar não é preciso ir longe, pois os fatos folclóricos estão perto de nós, em nossa casa, em nosso bairro, em nossa cidade.

Folk quer dizer povo; lore, o saber, o conhecimento, o costume. Pode-se afirmar: Folclore é o saber vulgar do povo. Não é somente transmitido nas escolas e nos livros e sim também por imitação, ou por força de tanto ver e ouvir. Quatro são as características básicas para um fato folclórico: 1) ser transmitido oralmente, de boca em boca, e não por meios eletromecânicos, como rádio, disco e livro; 2) ser social, praticado por muitos e não por uma só pessoa; 3) ser espontâneo, livre. Quando o professor dá um provérbio para ser analisado sintaticamente pelos alunos, aí não há o fato folclórico; já quando dito pelo mesmo professor ou pelos anos, espontaneamente, para explicar ou justificar um fato, nesse caso há o fato folclórico; 4) ser anônimo, pois não se conhece o autor de uma trova popular, de um provérbio ou adivinhas.

A Importância da Cultura Folclórica na Formação das Crianças

Folclore é a maneira de agir, pensar e sentir de um povo ou grupo com as qualidades ou atributos que lhe são inerentes, seja qual for o lugar onde se situa, o tempo e a cultura. Não é apenas o passado, a tradição; ele é vivo e está ligado à nossa vida de um jeito muito forte. Por isso, é tão importante conhecê-lo.

O saber folclórico é o que aprendemos informalmente no mundo, por meio do convívio social – por via oral ou por imitação. Ele é universal, embora aconteçam adaptações locais ou regionais, como conseqüência dos acréscimos da coletividade. "Folclore é o conjunto de coisas que o povo sabe, sem saber quem ensinou." (Marcelo Xavier). O folclore e a cultura popular sempre estiveram presentes nos programas e conteúdos escolares. De um jeito formal ou de forma transversal, sempre há um espaço na educação para se tratar desse assunto.

Devido à complexidade que a vida humana, em sociedade, vem assumindo, a escola substitui a família como agente de troca da mais notável mercadoria do mundo – a cultura. Cultura, como nós a entendemos, diz respeito ao modo de ser e de viver dos grupos sociais: a língua, as regras de convívio, o gosto, o que se come, o que se bebe, o que se veste vão formando aquilo que é próprio de um povo.

Em um país como o Brasil, tão diverso, tão grande, com tantas expressões diferentes, com tantos jeitos de ser, de brincar, de conviver e rezar, que vão se modificando de lugar para lugar, e a toda hora, não podemos falar de uma única cultura, mas das muitas culturas que o formam. Será que já paramos para pensar, por exemplo, quantas nações indígenas nós temos? E das culturas africanas que para cá vieram não foi uma nação, mas foram muitas a formar o que chamamos de cultura afro-brasileira.

E os portugueses, foram os únicos? Na verdade, foram muitos os povos europeus, cada um com suas tradições, línguas, expressões, jeito de ser e crer, que vieram para cá e, misturados aos diferentes povos indígenas e africanos, ajudaram a formar um país plural e de muitas culturas.

A cultura popular é tudo isso bem misturado e refletido nos muitos jeitos de ser do brasileiro.

Diante de tudo que apontamos, será ainda possível falar de educação sem integrá-la à questão cultural? Certamente não. E é não porque a educação é resultado das práticas culturais dos grupos sociais. O próprio processo de ensinar e aprender revela essas práticas.

A cultura é o fermento que alimenta, dá forma e conteúdo à educação. Em sala de aula, experiências, vivências e singularidades estão reunidas. Alunos e professores trazem suas bagagens e histórias. Confrontos, trocas, negações e reafirmações de culturas pulsam o tempo todo nesse convívio. Se não houver um saber pronto e acabado a ensinar, a educação tem suas chances de sucesso ampliadas. Se o saber em construção for inclusivo das diferenças, renovam-se as esperanças de que na escola se entenda, como afirma Carlos Rodrigues Brandão (2001, p.35) que "educar é fazer perguntas" e que "ensinar é criar pessoas em que a inteligência venha a ser medida, mais pelas dúvidas mal formuladas, do que pelas certezas bem repetidas. De que aprender é construir um saber pessoal e solidário, através do diálogo entre iguais sociais culturalmente diferenciados."

O aluno leva para a escola os modelos já aprovados pela tradição, que aprendeu em casa ou na rua e, da escola, traz para a família e vizinhança as experiências mais significativas do desenvolvimento cultural.

A missão da escola é de salvamento. Não podemos aceitar que nossa língua, música, dança sejam ameaçadas pela ingerência alienígena que destrói a nossa cultura. Um dos objetivos de se trabalhar o folclore na escola é, pois, evitar que nossos padrões tradicionais sejam substituídos por modelos exóticos.

O desenvolvimento de atividades pedagógicas em torno do folclore é uma importante contribuição na formação do espírito de cidadania e de nacionalidade do aluno. Ao mesmo tempo em que passa a se perceber como ser universal, cidadão do mundo, necessita conhecer suas raízes, identificando-se com seu grupo social: sua linguagem, sua história e a de sua comunidade.

O professor deve saber aproveitar o atraente, rico e variado mundo do folclore, como fonte inesgotável de motivação didática e de elevada importância pedagógica. Ele precisa selecionar o que vai utilizar, pois nem toda manifestação folclórica serve como material didático. Os modelos escolhidos pelo professor precisam ser adequados à idade e ao tempo disponível para estudo e ensaio. Devem ser avaliados do ponto de vista da sua utilidade para a comunidade, identificando-se, primeiramente, os aspectos da cultura popular no lugar onde vivem os alunos, para, depois, extrapolar limites geográficos.

O exemplo da educadora Helena Antipoff, que adotou o folclore como disciplina obrigatória no currículo de todos os seus cursos, deve ser seguido pelos atuais professores, começando, talvez, pelo aproveitamento do evento associado às festas religiosas (São Sebastião, Quaresma, Divino, Rosário, Natal) o que representaria um projeto anual.

A pesquisa pode ser estimulada por meio da coleta de dados pelos próprios alunos e realizada em trabalho de campo, a partir do lar, da família, estendendo-se à vizinhança e à comunidade. Desta maneira, o trabalho pode ser regionalizado, enfatizando-se as manifestações ligadas às atividades locais.

O estudo de provérbios ou ditados oferece oportunidade de debates sobre conceitos, tais como: justiça, honradez, bondade, ingratidão e outras abstrações. "O provérbio é sempre uma síntese de sabedoria popular. A sabedoria coletiva é reveladora de convicções, de certezas, merece fé." (Saul Martins)

Propondo ou decifrando-se adivinhas, leva-se a criança a desenvolver o raciocínio lógico, além de alegrar-lhe o espírito. Com as parlendas e outras formas lúdicas verbais, ela entra em contato com o idioma. Os trava-línguas são exercícios de comprovada eficácia para a correção de defeitos no falar. Jogos e brincadeiras podem ensejar ao aluno uma participação mais ativa no meio social, desenvolvendo mecanismos sadios de competição, além de torná-lo conhecedor e respeitador de regras.

Pequenas dificuldades podem ser adequadamente solucionadas com o emprego de técnicas populares, prática preconizada pela própria Organização Mundial da Saúde, que recomenda a volta dos remédios naturais. Com isso, a medicina caseira ganha nova dimensão na sociedade.

O artesanato ajuda a criança em idade escolar a usar as mãos de maneira adequada, apressa a eclosão de valores artísticos, além de servir como meio de se praticar o lazer. A criança adora realizar trabalhos manuais.

Com referência à linguagem, os sotaques e pronúncias regionais são peculiaridades que resultam do esforço adaptativo das pessoas ou do estilo de vida, isto é, do relacionamento entre o homem e o meio.

Outra experiência folclórica, a culinária, resulta do encontro de diferentes culturas, diversidade do clima e abundância de recursos naturais. Por meio dela, o professor pode trabalhar os sentidos, a matemática, a estética e a saúde alimentar dentre uma infinidade de outros aspectos.

O mundo do folclore é um mundo encantado, cheio de personagens estranhos que transportam a criança aos páramos da fantasia e aumentando-lhe o poder da imaginação. A pedagogia contemporânea afirma que a educação da criança não pode ser apenas passiva, mas ativa, pois a causa principal da aprendizagem e, portanto, de toda a educação, não é o professor ou o aluno, mas sim, a interação entre ambos.

O folclore une as pessoas, logo, é razão suficiente para ser trabalhado em todas as escolas, não só no mês de agosto, mas durante todo o ano.

BIBLIOGRAFIA:

MARTINS, Saul. Folclore: teoria e método. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1986.

Folclore em Minas Gerais. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1990.

ROCHA, Tião. Roteiro de pesquisa do folclore. Belo Horizonte: CPCD – Centro Popular de Cultura
e Desenvolvimento e CMFL – Comissão Mineira de Folclore, 1996.

XAVIER, Marcelo. Mitos: o folclore do Mestre André. Belo Horizonte: Formato Editorial, 1997.

 
PARLENDAS
 
As parlendas são formas literárias tradicionais, rimadas com caráter infantil , de ritmo fácil e de forma rápida. Não são cantadas e sim declamadas, em forma de texto, estabelecendo-se como base a acentuação verbal. São escritas em versos de 5 ou 6 sílabas para recitar. O objetivo de uma parlenda é apenas o ritmo como ela se desenvolve. O texto verbal é uma série de imagens associadas , obedecendo apenas o senso lúdico, podendo ser destinada à fixação de números ou idéias primárias, dias da semana , cores , entre outros


conceitos. Leia alguns exemplos:


Rei Capitão

Soldado Ladrão

Menino Menina

Macaco Simão.



Dedo Mindinho

Seu vizinho,

Maior de todos

Fura-bolos

Cata-piolhos.


Uma,duna,tena,catena

Gurupi, gurupá

Solá, soladá

Conte bem

Que são dez.



Um ,dois, feijão com arroz.

Três,quatro,feijão no prato.

Cinco , seis, chegou minha vez

Sete, oito , comer biscoito

Nove, dez , comer pastéis.



Era uma bruxa

À meia-noite

Em um castelo mal-assombrado

Com uma faca na mão

Passando manteiga no pão

Passando manteiga no pão.


Amanhã é domingo,

Pé de cachimbo

Galo monteiro

Pisou na areia.

Areia é fina.

Que dá no sino.

O sino é de ouro.

Que dá no besouro.

O besouro é de prata.

Que dá na barata.

A barata é valente.

Que dá no tenente.

O tenente é mofino.

Que dá no menino.

O menino é danado.

Que dá no Soldado.

O Soldado é Valente.

Que dá na gente...



Sola,sapato,

Rei,Rainha

Onde quereis

Que eu vá dormir?

Na casa de mãe

Aninha.

TRAVA -LÍNGUA

Para Antônio Henrique WeitzeL, trava - língua é uma modalidade de parlenda ,em prosa ou em verso , caracterizada pela rápida sucessão de palavras de forma ordenada, pela repetição dos mesmos fonemas ou de fonemas vizinhos - ora em seqüência , ora entremeados que se torna extremamente difícil e,às vezes, quase impossível pronunciá-lo sem tropeços .


Exs.: A aranha arranha o jarro; o jarro a aranha arranha. O peito do pé do pai do padre Pedro é preto. Paca, tatu; cutia, não.

É uma ''parlenda maldosa '', como o chamou Campos ( Folclore de Nordeste, 1960 ) , acrescentando que os cantadores de viola , mestres em desafio , não aceitam o trava - língua , que só poderá ser recitado corretamente com um treino antecipado . Esta, porém, não é a opinião do cantador cearense Jacó Alves Passarinho, o qual, segundo refere Mota (Cantadores, 1961), falava com entusiasmo das frases de pronunciação embaraçosa e dizia que ''nelas é que se conhece quem tem sustança '' . De fato, exige do cantador uma atenção exagerada , para não ficar atrapalhado na pronúncia das palavras do verso e, assim, perder a contenda.

Cascudo (Literatura Oral no Brasil , 1984 ) incluiu o trava - língua nos contos acumulativos , seguindo a classificação de Antti Aarne / Stith Thompson , com o que não concorda Almeida (Manual de coleta folclórica , 1965) , dizendo que os trava-línguas muitas vezes não são histórias , mas jogos de palavras difíceis de serem pronunciadas. São antes brincadeiras .

Para Teixeira (Estudos de folclore , 1949 ) , este tipo de parlenda , cuja finalidade consiste em expor ao ridículo a pessoa que tente dizê-lo rapidamente , é universal , parecendo ser mais fácil ''destravá-lo '''em português do que em alemão , inglês e outras línguas do grupo saxônico.

Porzig (El mundo maravilloso del lenguaje , 1964 ) explicou a extrema dificuldade, ou mesmo impossibilidade sem sólido treinamento , da pronúncia dessas frases, pelo fato de se estorvarem mutuamente , diante de sua rápida sucessão ,os movimentos articulatórios dos órgãos da fala . E justifica, afirmando ser a imagem sonora produzida pela cooperação de inúmeras músculos , que são excitados por nervos motores , os quais recebem essa excitação do cérebro e a transmitem . Depois de uma excitação ,entretanto , nervos e músculos precisam de certo tempo para retornarem ao estado de equilíbrio , o que não acontecerá , se sobrevier nova excitação , a qual irá perturbar as articulações . Esta curiosa forma verbal lúdica tem dupla função : a) desenvolve habilidades vocais –de onde vem o seu caráter educativo ; b) diverte, pondo em ridículo quantos queiram pronunciá-lo depressa - daí o seu caráter lúdico. Braga (O Povo Português nos seus Costumes, Crenças e Tradições, 1986 ) já registrara esta função educativa, ao considerar o trava-língua um fenômeno doméstico de desvencilhar a língua. Araújo (folclore Nacional, 1964) frisa este seu valor educativo , por exercitar a boa pronúncia da criança , desenvolvendo- lhe a perfeita enunciação das palavras. E chega a aconselhar os educadores, os professores a se valerem dos trava-línguas, para a promoção da eulalia dos educandos.

Exemplos:


Porco crespo , toco preto.


Um tigre,dois tigres,três tigres.

Três pratos de trigo para três tigres

.Bagre branco, branco Bagre.

Pia o pinto, a pipa pinga.

O Padre Pedro tem um prato de prata.

O prato de prata não é do padre Pedro.

A aranha arranha a jarra ,a jarra arranha a aranha.

Quem cara paca compra, paca cara pagará.

Quem compra paca cara, pagará cara paca.


A pia pega e pinga. O pinto pega e pia. Quanto mais o pinto pia, mais a e mais a pia pinga.

O padre Pedro partiu a pedra no prato de prata. A pedra partiu o prato do padre Pedro.


Quando digo digo,digo digo, não digo Diogo.

Quando digo Diogo digo Diogo, não digo digo.



Se o papa papasse papa,se o papa papasse pão,

O papa papava tudo, seria o papa papão.



Pedro tem o peito preto. Preto é o peito de Pedro.

Quem disser que o peito de Pedro não é preto,

Tem o peito mais preto que o peito de Pedro.


FRASES POPULARES

Frases populares, ou expressões populares, são palavras e frases que na sua grande maioria têm a função comparativa com diversos assuntos, como animais, modo de agir modo de pensar etc. O que difere o ditado, da frase popular é que este serve de alerta ao futuro e não apenas expressa um julgamento na ocasião do acontecimento . Vejamos algumas frases e seus respectivos significados:


Memória de Elefante: O elefante lembra de tudo o que aprende, motivo pelo qual é uma das principais atrações do circo. Por isso, dizem que as pessoas que lembram de tudo (até mesmo as magrinhas!) tem a memória de elefante.

Dormir com as galinhas: A expressão significa deitar-se cedo, logo ao anoitecer, como fazem as galinhas.

Acordar com as galinhas: A expressão significa acordar cedo, como fazem as galinhas.


Estômago de avestruz: É dito à pessoa que come qualquer coisa. O estômago do avestruz é dotado de um poderoso suco gástrico que é capaz de dissolver até metais.


Lágrimas de crocodilo: É uma expressão bastante usada para se referir ao choro fingido. O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele "chora" enquanto devora uma vítima.


O canto do cisne: Refere-se às últimas realizações de alguém. Antigamente, dizia-se que o cisne emitia um lindo canto quando estava prestes a morrer.


Abraço de tamanduá: Sinônimo de traição ou deslealdade. O tamanduá se deita de barriga para cima e abre seus braços. O inimigo, ao se aproximar, é surpreendido por um forte abraço, que o esmaga.


Olhos de lince: Os filhotes só abrem os olhos, com dez dias de vida. Em compensação, quando crescem, os linces têm uma visão apurada. Os povos mais antigos acreditam que esses animais conseguiam enxergar através das paredes. Ter olhos de lince significa enxergar longe.

Osso duro de roer: Coisa difícil de resolver.

Dar nó em pingo d'água: Ser capaz de se sair de todas as dificuldades.

Remar contra a maré ou remar contra a correnteza: Tentar fazer uma coisa e tudo der errado.

Dar a mão à palmatória: aceitar que errou.

Pintar o sete: Fazer bagunça.

Dar com os burros n'água: Fazer muito esforço para conseguir algo e acabar perdendo tudo de forma banal.

Colocar a carroça na frente dos bois: Atropelar a ordem das coisas , não ter paciência de esperar.

Bicho de sete cabeças: Um problema muito complicado.

Fazer com o pé nas costas: Fazer algo com muita facilidade.

Deixar a peteca cair: Desistir, desanimar.

Dor- de-cotovelo: Ter inveja ou ciúme.

Matar cachorro a grito: Estar numa situação bem difícil.

Ficar com a pulga atrás da orelha: Ficar desconfiado.

Maria-vai-com-as-outras: Pessoa que só faz o que os outros fazem.

Entrar pelo cano: Sair-se mal em determinada situação.

Tomar chá de sumiço: Desaparecer, ir embora.

Tirar água do joelho: Fazer xixi.

Dar um riso amarelo: Ficar encabulado, sem graça.

Mandar lamber sabão: Pedir para não perturbar , não aborrecer , não encher .

Dar no pé: Fugir, ir embora.


DITADO POPULAR

Ditado popular ou Provérbio é uma máxima sentença de caráter prático e popular, ou consagrada pelo uso, de moral mais segura e severa que expressa em forma sucinta, e não raramente figurativa, uma idéia ou pensamento aplicando exemplos morais, filosóficos e religiosos.


Podem ser de autor desconhecidos ou conhecidos, como exemplo: Rei Salomão - "Até o insensato passará por sábio se estiver calado, e por inteligente se conservar os lábios fechados".

Ditado é a expressão que se mantém imutável através dos anos, constituindo uma parte importante de cada cultura.



Em casa de enforcado, não se fala em corda.

Quem não tem cão, caça com gato.

Macaco velho não bota a mão em cumbuca.

Quem senta na garupa, não pega na rédea.

Pior cego é o que não quer ver.

As aparências enganam

Em pé de pobre, todo sapato serve.

Em terra de cego, quem tem olho é rei.

Quem diz o que quer, ouve o que não quer.

Por fora, bela viola. Por dentro, pão bolorento.

Gaiola bonita não alimenta canário.

Quem compra o que não pode , vende o que não quer.

Em boca fechada, não entra mosca.

Quem tira retrato de graça é espelho.



TROVAS


TROVA: poema curto, apreciado como arte poética popular do Brasil.Comumente, a quadra tem cinco ou sete sílabas por linha


Fui pro mar colher laranja,

Fruta que no mar não tem;

Vim de lá todo molhado

Das ondas que vão e vêm.

Eu te vi e tu me viste,

tu me amaste e eu te amei,

qual de nós amou primeiro

nem tu sabes, nem eu sei.




Quem me dera ter agora

um cavalinho de vento,

para dar um galopinho

onde está meu pensamento.



Não tenho medo de homem

nem do ronco que ele tem;

o besouro também ronca,

vai se ver não é ninguém.



Você diz que sabe muito,

borboleta sabe mais:

anda de perna pra cima,

coisa que você não faz.




Todo mundo se admira

de macaco andar a pé,

o macaco já foi homem,

pode andar como quiser.

Se me vires não te assustes,

se te assustares não corras,

se correres não te assombres,

se te assombrares não morras.

Não sei se vá ou se fique,

não sei se fique ou se vá

indo lá não fico aqui,

ficando aqui não vou lá.



Você me chamou de feio,

sou feio mas sou dengoso,

também o tempero é feio

mas faz o prato gostoso.



Juraste, jurei, juramos;

juramos, jurei, juraste;

quebraste, quebrei, quebramos;

quebramos, quebrei, quebraste.





Essa noite tive um sonho

que não me sai da lembrança,

sonhei que vi a saudade

abraçada com a esperança.




BRINCADEIRAS


Por todo o país são inúmeras as brincadeiras apreciadas pelas crianças. Elas demonstram as características sociáveis , a procura de outras crianças para se divertirem . Resta salientar, que na maioria das brincadeiras, há regras estabelecidas pelas próprias crianças . As características da expressividade e senso lúdico são bastante trabalhadas nestas brincadeiras. O que mais é valorizado é a participação da criança que quer brincar e a perpetuação dessas brincadeiras tão esquecidas em nossos dias de hoje.

Dentre as diversas brincadeiras folclóricas, estão:

Bolas de Gude

Pipas,Papagaios,Arraias,Periquitos

Pião


Boca de Forno

Ciranda ou Cantigas de Roda


Amarelinha

Esconde - esconde


Jogo de taco

Estrela Nova Cela

LENDAS


As lendas no Brasil são de inúmeras variedades, influenciadas diretamente pela miscigenação do povo brasileiro . Devemos considerar que lenda não significa mentira, nem mesmo verdade absoluta. O que podemos e devemos deduzir é que uma história para ser criada, defendida e o mais importante, ter sobrevivido na memória das pessoas, deve ter no mínimo algum fato verídico. Muitos historiadores, pesquisadores, folcloristas, e outros profissionais que estudam Sociedades, tendem a afirmar que lendas são apenas frutos da imaginação popular; porém, as lendas em muitos povos são "os livros na memória dos mais sábios".

A diferença entre Mito e Lenda é que Mito é o personagem enfatizado na lenda, portanto, a Lenda é a História sobre um determinado Mito. Era costume nos conventos e mosteiros, desde os primeiros tempos da era cristã, fazer cada dia, à hora das refeições em comum nos vastos refeitórios, a leitura da vida do santo que dava nome ao dia". Tais trechos de leitura diária eram chamados "legenda". Neles a biografia

dos heróis da cristandade era recheada de narrativas dos milagres realizados por esses taumaturgos, ou mesmo, inventados pela imaginação popular e compilados sem muito critério.

De "legenda", incorporada a nosso vocabulário com os diversos sentidos acima descritos, nos veio também a palavra "lenda", que Ayres Filho define como "narração de sucessos fantásticos", "tradição popular" ou mesmo "mentira" ocasionada pelos exageros incluídos no relato. Assim pensa também Weitzel (1995), que diz: "é um mundo de realidade, embora exagerado e colorido, ao mundo sobrenatural do mito e ao mundo fictício do conto". O mesmo Weitzel aponta quatro categorias de lenda: as lendas pessoais, locais, episódicas e etiológicas.

As lendas pessoais referem-se a indivíduos cuja vida, em algum momento, beirou o "fantástico", o "impossível" ou o "maravilhoso". Tanto pode ser um santo quanto um bandido, um herói ou um vilão. Andar sobre as ondas, fugir espetacularmente de uma prisão, apagar com uma prece um incêndio pavoroso, vencer sozinho milhares de canibais, bater a carteira de um ladrão... Esses feitos espetaculares conferem a seus autores uma aura toda especial e os inscrevem no rol das pessoas de vida lendária. Lendária é, por exemplo, a vida de um Padre Anchieta, cuja estampa vem sempre acompanhada de uma onça dócil, ou a de São Francisco, rodeado de passarinhos.

As locais, ou tópicas, ligam-se a um lugar: uma serra, uma lagoa, uma gruta, um rio, um braço de mar etc. Bons exemplos deste tipo de lendas são a do El Dorado, montanha faiscante de ouros e pedrarias, que dirigiu os sonhos de Fernão Dias Pais Leme, e a das Amazonas, mulheres guerreiras descritas por Cristóbal de Acuña. E lendário, também, é o Rio Paraíba onde, segundo contam, pescadores encontraram a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Ou a baía de Guanabara, onde Estácio de Sá travou lutas espetaculares ; ou o lago Ness, na Inglaterra, habitação de um monstro conhecido como o Monstro de Ness. Algumas destas lendas são mais recentes, como aquela de Três Corações, cidade mineira, palco de uma história de aparecimento de um ET. Com o advento da indústria turística, os locais, marcados por lendas são hoje valorizados como pontos de visitação turística.

São episódicas as lendas que se ligam a um evento ou acontecimento particular, como aquela narrada em Ouro Preto, e que envolve a devoção de nossos militares Santa Efigênia, patrona do homem-de-armas.

Contam que um comboio repleto de soldados ia partir para a guerra quando apareceu uma mulher humilde, com uma pequena mala, pedindo carona. Proibido pelo regulamento de transportar civis num comboio militar, o comandante ordenou a partida, deixando a mulher para trás. Na próxima paragem, uma surpresa: a mulher já estava lá, com sua maleta e pedia carona. — Impossível! – falou o comandante e mandou seguir. Mais adiante, a mulher, de novo, implorava por um lugarzinho no comboio. Sem entender como aquela mulher sempre chegava antes do trem, o comandante abriu exceção ao regulamento e ordenou que entrasse. No fundo, o que ele desejava era saber qual o segredo daquela passageira que viajava mais rapidamente que o trem e, mesmo assim ainda pedia para ser levada. Um soldado desceu para ajudar a velhinha para subir no trem. Saltou, pegou a alça da mala e ... não conseguiu levantar.

Outro soldado vem ajudá-lo e os dois não conseguem levantar a mala. A mulher, que já havia subido, volta, pega a malinha, e sobe a escadinha do vagão sem problema. E diante do pasmo da tropa, ela declara o mistério:

— Aqui estão os pecados de todos vocês. Por isso, a mala é pesada. E eu sou Efigênia, que vocês chamam de santa. Garanto que vocês nada sofrerão em batalha. Muitos soldados relataram depois que, nos piores momentos, teriam visto pairando no ar a figura protetora da santa.

A Etiologia é o estudos das causas e das origens. As lendas etiológicas, que formam a última das categorias apontadas por Weitzer, exemplificam-se com os contos indígenas, explicativos do aparecimento do milho, do guaraná, da mandioca.

São muitas as lendas etiológicas; como a da cegonha que explica a seu modo o nascimento das crianças. Muitas aves e pássaros nacionais têm suas características explicadas por intervenção da Virgem Maria ou do Menino Jesus, como a da rolinha que apagava os passos da Sagrada Família em fuga para o Egito, enquanto o tico-tico ia ciscando atrás para mostrar aos soldados de Herodes o seu paradeiro. A rolinha foi abençoada, ao passo que o pobre tico-tico foi amaldiçoado e, por isso, ficou de canela fina e só anda aos pulinhos, como se pisasse em brasas. Também o jumentinho que conduziu o santo casal através do deserto mereceu sua bênção de modo original: franzido de medo, o menino teria urinado no lombo do

burrico. Daí por diante, toda a geração dos jumentos ganhou aquela lista escura que lhe percorre a espinha da crina à cauda.

Muitas lendas etiológicas são importantes, por apresentar uma explicação ao surgimento do homem brasileiro. Algumas delas, inclusive, forneceram a nossos escritores a trama de importantes obras como o Caramuru, de Frei José de Santa Rita Durão, a Iracema, de José de Alencar, ou o Guarani, do mesmo autor. Caramuru é o náufrago português que, ao se ver cercado pelos inimigos, que não conheciam arma-de-fogo, deu um tiro para o alto e foi aclamado "Deus do Trovão". Casa-se com Paraguaçu, e a leva à França onde se batiza, recebendo na pia batismal o mesmo nome de sua madrinha, a rainha Catarina de Médicis. De volta ao Brasil o casal terá muitos filhos, dando início à geração dos primeiros brasileiros.

Iracema é outra lenda na qual a questão das origens nacionais é colocada. A virgem sagrada de lábios de mel une-se a Martinho, português, para gerarem o primeiro homem da América, supostamente pai de todos os outros. Peri, o índio enamorado de Ceci, salva das águas a sua amada, como Tamandaré, de uma outra lenda, sobrevivente do dilúvio, que recomeçou o povoamento da terra. Muito importante também é a lenda de Bartolomeu Bueno da Silva, o feio, conquistador das terras goianas. Este bandeirante vira lenda ao amedrontar os goianás que o impediam de seguir caminho e queriam obrigá-lo a retroceder. Bartolomeu não se intimida e parte para a ameaça: — "Ou vocês me deixam passar, ou queimarei toda a água e vocês morrerão de sede". E, ante a incredulidade dos índios que teimavam em lhe tolher os passos, fez uma demonstração com pólvora em canudos parcialmente submersos (ou querosene espalhada

sobre as águas, segundo outras versões). Ao ver o rio em chamas, os goianás caem de joelhos e aclamam o que pensaram ser Anhangüera, o Diabo Velho de suas crenças. Estava franqueado o caminho para a fundação de Goiás e a descoberta das grandes jazidas de ouro daquela região.



Essas lendas foram selecionadas com o objetivo de ilustração em relação aos tipos de lendas. Posteriormente, serão descritas lendas mais direcionadas ao público infanto-juvenil.

Vitória-Régia


Era uma vez, uma tribo de índios que vivia às margens do grande rio. Nos igarapés silenciosos, as cunhãs cantavam e sonhavam seus lindos sonhos de virgens. As cunhas ficavam horas e horas, mirando a beleza da lua branca, o fascinar das estrelas, o céu recamado de constelações.

O aroma da noite tropical embalava os sonhos. Um dia, neca-neca, a cunhã mais sonhadora, subiu numa árvore mais alta para ver se pegava a lua. Não conseguiu. Pressurosa com suas companheiras, noutro dia, foram aos montes distantes para tocarem com as mãos a lua, as estrelas. Nada! Quando lá chegaram, a lua estava tão distante, que voltaram tristonhas para suas malocas, e, na rede onde se embalavam, embalaram a desilusão. Ficaram tristes, porque, caso tocassem a lua ou as estrelas, tornar-se iam uma delas.

Noutra noite, Neca-neca, deixou sua rede, muito tristonha, desiludida porque não conseguira apanhar a lua. Eis que olha e vê na água remansosa do lago a lua branca ali refletida. Era uma noite de lua cheia. Lá estava a lua grande, bela, refletida nas águas. Sua imobilidade no lago tranqüilo era um convite. A cunhã alegrou-se. Certamente ela veio banhar-se nas águas do lago para que eu pudesse apanhá-la. Veio satisfazer os meus pedidos feitos em pensamento.

Ela veio lançar-se nas águas profundas, misteriosas e desapareceu. Mas a lua apiedou-se da cunhã e a transformou numa flor, a vitória-régia. É por isso, que a vitória-régia tem o mais oloroso dos perfumes. Suas pétalas são estiradas à flor da água, para melhor receberem a luz da lua. É por isso que, em noites de lua cheia, as cunhãs ,que são vitórias-régias, aparecem no meio da flor que tem um brilho todo especial. Os raios brancos da lua, são como véus de noiva a cobrir todas as flores do lago e ofuscam tanto, que mais parecem ''estrelas d'água a disputar o seu brilho com milhares de vaga-lumes, que povoam a noite tropical.



Lenda da Iara



A Iara é uma sereia das águas, de grande beleza, que mora nas lagoas e que surge repentinamente para atrair os viajantes descuidados. Quem escuta o canto da Iara fica encantado e é atraído para o fundo da lagoa. Lá, entre milhares de sereias, num palácio de coral e pérolas, é realizado o casamento pelo Rei dos Mares.



Cavalo-de –três-pés

Animal assombroso que aparece nas estradas desertas durante a noite, correndo, dando coices e voando. Não tem cabeça, mas possui asas. Quem pisar em seus rastros será imensamente infeliz.


Lenda da Mandioca

Nani era uma linda menina, filha de uma índia. Desde que nasceu , andava e falava. De repente, morreu sem ficar doente e sem sofrer. Foi enterrada e todos os dias sua sepultura era regada. Nela surgiu uma planta desconhecida, que cresceu e deu frutos. Os pássaros comiam esses frutos e ficavam embriagados. Finalmente, a terra abriu-se e os índios encontraram uma raiz branca como o corpo de Nani. Essa raiz, que passou a ser usada como alimento pelos selvagens, é a mandioca.



Pé-de-garrafa

Tem a figura de um homem, mas os pés são redondos como fundo de garrafa. Anda pelo mato dando gritos tão fortes, que fazem as pessoas enlouquecerem e se perderem para sempre.



O Major e o moleque

História de um homem (Major), que negociou com o sujo para ficar rico. Tirou o moleque (um capetinha) de um ovo de galinha preta chocado no sovaco. Criou-o, alimentando com leite, cachaça e sangue de galinha preta. O Major ficou rico, mas lhe aconteceram grandes desgraças. Morreu pobre e o capetinha desapareceu. Sua alma ninguém sabe para onde foi.



Onça-boi

Animal assombrado, que anda pela floresta, sempre em duplas. Quando um fugitivo sobe numa árvore, o casal monstruoso fica esperando embaixo, pois não sabe subir em árvores.


Caboclo-d’ água

Criatura fantástica, que vive no fundo dos rios. Tem o domínio das águas e dos peixes. Ataca canoeiros e pescadores, virando barcos e criando ondas enormes. Para evitar seus ataques, quem viaja sozinho, deve fincar uma faca no fundo da canoa. É bom também oferecer fumo a este monstrengo das águas.



Onça-da-mão-torta

Outro registro feito pelo autor do Folclore Goiano. É a alma penada de um vaqueiro velho e mau. É uma onça enorme, rajada e tem a pata dianteira torta. (Não diz se é a direita ou a esquerda.) Se vista e atirada, não morre. A bala não entra no seu corpo.



Anta-cachorro

Animal grande e misterioso que tem forma de onça e mãos com casco de anta. É bem feroz, mas não consegue trepar em árvores, por ser gordo e meio desengonçado. Se estiver perseguindo um adversário e este, por infelicidade, cismar em subir numa árvore, cava a terra com suas unhas de anta até que a árvore caia.



Boiúna

Cobra escura e gigantesca que habita os rios amazônicos. Pode transformar-se em barco ou navio. Solta fogo pelos olhos e engole pessoas com grande facilidade.



Domingos Pinto Colchão

Também conhecido como Pinto Pelado. É um bicho endiabrado, meio desengonçado e depenado que entra pelas casas derrubando tudo, fazendo bagunça e soltando gargalhadas.



Mula-sem-cabeça

Galopa pela noite assombrando e dando coices. Solta chispas de fogo pelas narinas e pela boca. Às vezes, soluça feito uma criatura humana. Para evitar seu ataque, é só esconder unhas e dentes.



Mãozinha-preta

Aparece sem mais nem menos andando pelo ar. Às vezes, é útil, ajudando nos serviços da casa. Outras vezes, fica brava e sai perseguindo, puxando e beliscando pessoas.



Lobisomem

Filho que nasce depois de sete filhas vira lobisomem. Aparece de noite nas encruzilhadas e cemitérios. Às vezes, ataca, mordendo as pessoas. Uiva para a lua e aprecia comer cocô de galinha.

Curupira

Índio misterioso e cabeludo que gosta de cachaça e anda pelas matas assobiando e cavalgando um porco-do-mato. Mora nos troncos das árvores e é protetor das florestas e dos animais.

Ataca com pauladas os caçadores que se atrevem a penetrar nos seus domínios e, em geral , tem os pés virados para trás, por isso sempre consegue despistar os inimigos.



Saci-pererê

Negrinho encantado de uma perna só, que usa carapuça vermelha , adora fumar cachimbo e sabe ficar

invisível. Vive a vida fazendo a comida queimar no fogão e pregando susto nos viajantes solitários. Detesta água e de vez em quando, transforma-se num pássaro, o MATINTAPEREIRA.



Boitatá

Gênio protetor dos campos. Aparece sob a forma de enorme serpente de fogo, que mata quem destrói as florestas. O padre José de Anchieta, em 1560, é o primeiro a mencionar o boitatá como personagem de mito indígena brasileiro. Esse é o nome dado pelos índios ao fenômeno do fogo-fátuo.



Boto

Mito amazônico. É o pai das crianças de paternidade ignorada. Descrito como rapaz bonito, bem-vestido, boêmio e ótimo dançarino. Nos bailes, encanta as moças, leva-as para igarapés afluentes do Amazonas e as engravida. Antes da madrugada, mergulha no rio e se transforma em boto. Chamado também de boto tucuxi.



Cuca

Influenciada pela bruxa de origem européia, é uma velha feia que ameaça crianças desobedientes, em especial, as que não querem dormir à noite.



Negrinho do pastoreio

Na tradição gaúcha, uma espécie de anjo bom, ao qual se recorre para achar objetos perdidos ou conseguir graças. É o negrinho escravo, que o dono da estância pune injustamente, açoitando-o e depois amarrando-o sobre um formigueiro. Mas seu corpo aparece intacto no dia seguinte, como se não tivesse sofrido nenhuma picada, e sua alma passa a vaguear pelos pampas.


ADIVINHAS

São perguntas de caráter enigmático, cuja resposta parece difícil de ser descoberta. As adivinhas compreendem a adivinhação propriamente dita, pergunta enigmática e charada.



Veja alguns exemplos :



O que é o que é que ninguém quer ter, mas quem tem não quer perder? Careca.

O que é leve como uma pluma, mas ninguém consegue segurar nem 5 minutos? A respiração.

O que é que está na cozinha, na orquestra e no automóvel? Bateria.

Quando a água se transforma em gelo, qual é a maior transformação que sofre? No preço.

O que é que quanto mais cozinha, mais duro fica? O ovo.

Como você chama alguém que leva outra pessoa para seu almoço? Um canibal.

O que é que somos obrigados a usar sobre o pé? O acento agudo.

Qual a semelhança entre um trabalhador que ganha salário-mínimo e um contorcionista de circo?

Ambos se viram para sobreviver.

O que é, o que é, na casa branca, o rei amarelo bóia em águas claras? O ovo.

Qual é a nota musical que não é grande nem pequena, mas cura? Ré - médio.

Qual é a palavra de sete letras que se tirarmos cinco ficam onze? Abaca - XI.

Ninguém me vê, mas muita gente me ouve; só falo depois que alguém fala. Quem sou? O eco.


Qual é o banco mais incômodo?Banco dos réus.

Qual é o fogo que não se apaga com água? Fogo da paixão .

O que é que onde quer que se meta permanece no mesmo lugar? O nariz .


Em que lugar só se entra quando está cheio? A piscina .


O que é que nunca dá de boca fechada? Gargalhadas .


Que ferramenta diz no nome que já foi? A foice .

Quem é que mesmo tendo casa vive do lado de fora? O botão .



O que é que pula, mas não é bola, tem bolsa mas não é mulher? Canguru .

O que é que os elefantes têm que nenhum outro animal tem? Elefantinho .

O que é que se tira e fica para sempre? Fotografia .

Qual o peixe que não é casado ? O namorado.

O que é que tem em todas as estradas asfaltadas ? Asfalto .

Qual é o mês mais comprido do ano? Fevereiro, pois é o único com 4 sílabas.


Tenho 10 velas acesas. Apago três. Quantas velas ficam? Ficam somente 3 velas que eu apaguei; as outras se consomem.

Verde como folha, folha não é; alvo como papel, papel não é; vermelho como sangue, sangue não é; preto como carvão, carvão não é; tem todas essas cores; me diz o que é? Melancia.

O que é que está no começo do meio, no meio do começo e na ponta do fim? A letra "M" .

O que é que tem barba mas não tem queixo; tem dentes, mas não tem boca? Espiga de milho.

O que é, o que é que desce cantando e sobe chorando? O balde do poço.

O que é, o que é que tudo tem, até o nada também? O nome.

Qual é a primeira coisa que você faz quando acaba de acordar? Abre os olhos.

Quem é que leva a casa nas costas e, quando anda, deixa sinal? O caracol.

Não sou pintor, sou o painel: pinto a cor, o gesto e a formosura. Quem sou? O espelho.

O que é, o que é que no mato está batendo e em casa está calado? O machado.

Verde como folha, folha não é: fala como gente, gente não é? O papagaio (ave).

O que é que no mato está estirada e em casa está enrolada? A corda.

O que é que pula e vira do avesso ? Pipoca .

O que é que tem bico, mas não bica; tem asa, mas não voa ? O bule.


O que é que passa na água e não se molha ? A sombra

O que é, o que é: ele morre queimado, ela morre cantando ? O cigarro e a cigarra.

O que é, o que é: igual a um gato, mas não é gato! A gata.

Tem coroa mas não é rei, tem escamas mas não é peixe ? O abacaxi.

Joga para cima é prata, cai no chão é ouro? O ovo.

Uma caixinha de bom parecer, não há carpinteiro que saiba fazer ? A casca do amendoim.

A mãe é verde, a filha é encarnada, a mãe é mansa, a filha é danada ? A pimenta.



“A condenação do silêncio é mais eficiente que as acusações ruidosas."



"A inveja é a falta de fé em si mesmo."



"Ao beber na nascente, agradeça à fonte."



"As bênçãos chegam uma de cada vez, a desgraça vem em grupo."



"Dominar a arte da discrição é melhor que usar a eloqüência."



"Espere com paciência, ataque com rapidez."



"Não mate a mosca que pousa na cabeça do tigre."



"O coração do tolo está na boca."



"O que é bom para a colméia é bom para a abelha."



"O que tem que ser seu sempre voltará a você."



"O que você vê é real, o que você ouve talvez não seja."



"Palavras verdadeiras podem não ser agradáveis, palavras agradáveis podem não ser verdadeiras."



"Para cortar uma árvore, bem rapidamente, gaste o dobro do tempo afiando o machado."



"Pense antes de falar, mas não fale tudo o que pensar."



"Quem colher rosas deve suportar os espinhos."



"Quem passa o tempo todo falando não terá tempo para pensar."



"Se alguém fala mal dos ausentes, falará mal de ti quando te ausentares."



"Se em vez de enchermos o bolso enchermos a cabeça, não seremos roubados."

"Segure um verdadeiro amigo com ambas as mãos."



"Um grande general não precisa tocar o próprio clarim."
























Pombinha branca

Que estás fazendo?

Lavando roupa

Pro casamento

Vou me lavar

Vou me secar

Vou na janela

Pra namorar

Passou um homem

De terno branco

Chapéu do lado

Meu namorado

Mandei entrar

Mandei sentar

Cuspiu no chão

─ Limpa aí seu porcalhão

Tenha mais educação.



Eu vi uma barata

Na careca do vovô

Assim que ela me viu

Bateu asas e voou



Seu Joaquim , quim quim

Da perna torta, ta ra ta

Dançando conga, ra ga

Com a Maricota, ra ta.



















Lá em cima do piano

Tem um copo de veneno

Quem bebeu , morreu

O culpado não fui eu.

Lá na rua vinte e quatro

A mulher matou um gato

Com a sola do sapato

O sapato estremeceu

A mulher morreu

O culpado não fui eu.





Salada, saladinha

Bem temperadinha

Com sal , pimenta

Um, dois, três.



O macaco foi à feira

Não teve o que comprar

Comprou uma cadeira

Pra comadre se sentar

A comadre se sentou

A cadeira esborrachou

Coitada da comadre

Foi parar no corredor.



A do te cá

Le pe ti

Le to má

Nescafé com chocolá

A do te cá

Puxa o rabo do tatu

Quem saiu

Foi tu.



Batalhão, lhão lhão

Quem não entra é um bobão.

Abacaxi, xi,xi

Quem não entra é um saci.

Beterraba, raba, raba

Quem entrar é uma diaba.

Borboleta, leta, leta

Quem errar é um capeta!

Quem foi a Cotia

Perdeu a tia

Quem foi pra Pirapora

Perdeu a hora

Quem foi pra Portugal

Perdeu o lugar

Quem foi à roça

Perdeu a carroça

Rico trigo

Um dói três

Lá vou eu!



Hoje é sábado

Pé de quiabo

Amanhã é domingo

Pé de cachimbo

O cachimbo é de ouro

Bate no touro

O touro é valente

Chifra a gente

A gente é fraco

Cai no buraco

O buraco é fundo

Acabou-se o mundo.





Cadê o toucinho

Que estava aqui?

O gato comeu.

Cadê o gato?

Fugiu pro mato.

Cadê o mato?

O fogo queimou.

Cadê o fogo?

A água apagou.

Cadê a água?

O boi bebeu.

Cadê o boi?

Foi amassar o trigo.

Cadê o trigo?

Foi fazer o pão.

Cadê o pão?

O padre pegou.

Cadê o padre?

Foi rezar a missa.

Cadê a missa?

Já se acabou.













A Lenda do Jurutai - Girasonhos



Iara - Juro que vi



O Boto - Juro que vi



Saci-Pererê



Saci-Pererê



Folclore Brasileiro



Saci Pererê



O Curupira



Ensino Fundamental de 9 anos - Educar para Crescer

Ensino Fundamental de 9 anos - Educar para Crescer

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Espaços de lazer: lugar de brincar, interagir e conviver

Organize os ambientes para que os alunos do 1º ao 9º ano tenham mais locais para se divertir dentro da escola

Noêmia Lopes (gestao@atleitor.com.br)



OPÇÕES VARIADAS Com propostas simultâneas, todos se divertem e interagem na EMEF Gino Dártora


Na Educação Infantil e no início do Ensino Fundamental, as crianças costumam ter garantidos tempo e materiais para brincar. No entanto, conforme elas avançam na escolaridade, os momentos lúdicos praticamente desaparecem da rotina. E isso é uma pena. Todos os alunos precisam ter a oportunidade de conviver e se divertir nos horários em que não estão na sala de aula. O que deve mudar, a cada etapa, são as propostas, com a finalidade de atender às diferentes faixas etárias.



Enquanto brincam, jogam e interagem em atividades com música, leitura ou bate-papos, crianças e adolescentes aprendem a ser cooperativos - aliás, a origem da palavra brincar vem de "estabelecer vínculos com o outro". Para viabilizar momentos diversificados, é preciso organizar os espaços de uso coletivo. "Muitas equipes definem o que deve acontecer em classe, porém não fazem o mesmo com o lado de fora. O ideal é que o intervalo se caracterize pela possibilidade de optar por experiências que proporcionem satisfação pessoal e oportunidades de manter relações significativas. Contudo, isso não dispensa o planejamento, já que a liberdade de escolha depende das opções oferecidas", diz Adriana Klisys, coordenadora da Caleidoscópio Brincadeira e Arte



MÚSICA E DANÇA Um grupo de hip-hop formado



Na EMEF Gino Dártora, em Caieiras, município da Grande São Paulo, existem atividades variadas e simultâneas. No espaço reservado aos jogos, estão à disposição dominó, baralho, ludo, pega-varetas e trilhas - muitos confeccionados pelos próprios alunos. Na quadra, há propostas com bola, como a queimada. "As turmas se revezam no espaço e todas têm chances de se divertir", conta a diretora, Fernanda de Moraes Faria. O rodízio evita uma cena comum em muitas escolas, que é a dos meninos mais velhos jogando futebol. Além dos jogos e das brincadeiras, existe um local aconchegante para a leitura, com revistas e livros, que são periodicamente atualizados.



De acordo com Fernanda, há ainda o cuidado de transmitir aos alunos parte da responsabilidade em cuidar do material. "Tudo fica organizado em prateleiras e cabe às turmas retirar e guardá-lo nos lugares determinados. Esse é o combinado e cada um faz a sua parte", diz a diretora. A participação dos estudantes também se dá na hora de sugerir atividades. Afinal, o projeto é para eles. "Cabe aos gestores levantar o que os alunos querem fazer, discutir a viabilidade das propostas com a equipe e providenciar os materiais necessários", destaca a consultora Adriana Klisys.



Para que o projeto se complete, é interessante a equipe gestora se unir em torno dele e ficar atenta à alternância entre os desafios que exijam atividades corporais (como brincadeiras com cordas, elásticos e perna de pau) e outros mais lúdicos (jogos de tabuleiro e bacias para fazer bolhas de sabão gigantes).

Espaços de interações saudáveis transformam as relações



LAZER EDUCATIVO Brincar estimula a

cooperação entre a garotada e reduz

brigas e conflitos. Foto: Pedro Motta

Um reflexo positivo desses cuidados no planejamento do intervalo é o fim da correria e até de atos de violência. No CE de João Monlevade, no município do mesmo nome, a 115 quilômetros de Belo Horizonte, sugestões para todas as idades entretêm a garotada: brinquedos como a peteca e a corda, jogos de pebolim e de tabuleiro e um grupo de hip-hop, que se apresenta e ensina passos de dança desse movimento cultural para os colegas. Antes da implantação do projeto institucional que organizou o tempo livre, os alunos viviam brigando. Agora, ele é aproveitado de forma educativa e os resultados são visíveis. "É um momento de socialização, em que todos aprendem a respeitar os espaços da escola e os direitos dos outros. Isso só é possível porque os jovens atuam como protagonistas", afirma Silvânia Fátima Hosken Reis, diretora da escola.



Outro ponto fundamental foi a atuação em conjunto das equipes gestora e docente. "Desde o começo, a direção, a coordenação pedagógica e os professores trabalharam juntos." A sintonia privilegia a integração entre as novidades e a grade curricular. "Dependendo da brincadeira, os professores trabalham as regras com as turmas e explicam o manuseio e os procedimentos de segurança. Não adianta apenas oferecer material", orienta o educador Marcelo Jabu, autor dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Educação Física.

Quer saber mais?

CONTATOS

Adriana Klisys

CE de João Monlevade, tel. (31) 3851-3565

EMEF Gino Dártora, tel. (11) 4899-3600

Marcelo Jabu



BIBLIOGRAFIA

Barangandão Arco-Íris - 36 Brinquedos Inventados por Meninos e Meninas, Adelsin, 96 págs., Ed. Peirópolis, tel. (11) 3816-0699, 27 reais

Jogos de Todas as Estações, Oriol Ripoll, 128 págs., Ed. Ciranda Cultural, tel. (11) 3761-9500, 39,90 reais

Mãe de Rua, Ettore Bottini, 88 págs., Ed. Cosac Naify, tel. (11) 3218-1452, 45 reais



INTERNET

Livros de Adriana Klisys sobre jogos e brincadeiras para download.

No site da Fundação Abrinq, dicas de jogos

http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/espacos-lazer-lugar-brincar-interagir-conviver-582340.shtml




Ainda há tempo para recuperar os alunos...

...E garantir que todos sejam aprovados no fim do ano. A chave é montar um grupo de apoio pedagógico para acelerar a aprendizagem daqueles que ainda estão com mais dificuldade


Roberta Bencini (novaescola@atleitor.com.br)

As professoras Marilda e Gisela, da EE Comendador Mário Dedini, em Piracicaba, conhecem os problemas dos alunos e fazem questão de acompanhá-los. Foto: Alexandre Battibugli

O segundo semestre já está a todo vapor, mas ainda é possível garantir que todos os alunos aprendam os conteúdos previstos - e sejam aprovados no fim do ano. E nem é preciso fazer mágica. Basta organizar grupos de apoio pedagógico que ofereçam às crianças e aos jovens com mais dificuldades o suporte necessário para que eles avancem conforme o esperado. A chave é proporcionar a atenção individualizada em turmas menores. Muitas redes de ensino disponibilizam professores eventuais para essa missão. Outras programam as atividades de reforço desde o início do primeiro semestre. Mas mesmo quem não começou o trabalho em março (nem conta com ajuda extra) tem perfeitas condições de alcançar o sucesso. "Agora, o momento precisa ser encarado como de emergência. Essa é a última chance de rever o que está sendo feito e planejar ações certeiras", explica Célia Prudêncio de Oliveira, formadora do programa Ler e Escrever da Secretaria de Educação de São Paulo.



Cinco são os passos fundamentais:

. Um diagnóstico preciso das necessidades de aprendizagem de cada um dos estudantes;

. O estabelecimento de metas de curtíssimo prazo;

. Um programa de seqüências de atividades referentes aos conteúdos (diferentes das feitas na sala regular);

. Um cronograma bem definido;

. Uma avaliação que comprove que cada etapa está sendo vencida.

É importante destacar que o restante da turma também precisa de atenção - daí porque todo o trabalho precise ser bem planejado, com definição clara de funções, tanto para os professores regentes como para os responsáveis pelos grupos de apoio.

Divisão de tarefas

Em Campo Limpo Paulista, na Grande São Paulo, a Secretaria Municipal de Educação mantém uma equipe de professores eventuais para auxiliar nas atividades de reforço. Na EMEF Governador Mario Covas, porém, a solução encontrada também foi interna. Os titulares das 1as séries se organizaram para redefinir algumas tarefas e permitir que todos progridam corretamente. Márcia Rodrigues Cardoso de Souza tem 27 crianças em sua turma. Três vezes por semana, ela divide a garotada entre as outras salas. Tudo para permitir que ela dê atenção especial aos que mais precisam (são 25 no total, sendo oito da classe dela). O histórico da maioria das crianças é o mesmo: pouco contato com a língua escrita fora da escola e dificuldades para evoluir no processo de alfabetização. Mas Márcia está convicta de que todos alcançarão a hipótese de escrita alfabética até dezembro, ou seja, terminarão o ano sabendo ler e escrever - e serão aprovados junto com os colegas que já estão mais avançados.

Para que isso efetivamente ocorra, as regentes fazem diagnósticos individuais apurados. Na sala dos professores, uma grande tabela aponta a situação de cada um, conforme os níveis de conhecimento. Toda a equipe acompanha a evolução e sugere atividades. No grupo de apoio, Márcia realiza trabalhos alternativos aos propostos na sala regular. Assim, ela dá novas opções para as crianças construírem suas hipóteses e descobrirem seus caminhos rumo à alfabetização. No início de agosto, 20 estudantes ainda freqüentavam a classe diferenciada, mas Márcia garante que seis vão dispensar o reforço agora, em setembro, e outros quatro em outubro. Os dez restantes, acredita ela, precisarão das aulas extras até o fim do ano. "Meu plano é ficar em cima deles para não deixar o interesse e o empenho escaparem".

Didática

O papel de cada um

Cabe ao professor regente

. Participar, com a equipe pedagógica e o professor do grupo de apoio pedagógico, da definição de ações educativas.

. Manter contato freqüente com o professor do grupo de apoio para acompanhar os avanços da turma.

. Dar continuidade ao trabalho feito com os estudantes.

Cabe ao titular do grupo de apoio

. Analisar as produções dos alunos para identificar as principais dificuldades.

. Planejar com a equipe pedagógica e os regentes os encaminhamentos metodológicos.

. Planejar estratégias de ensino diferentes das usadas em sala.

Quer saber mais?

Colégio Estadual Jayme Canet, R. Ana Aparecida Lobos Canet, s/nº, 81710-210, Curitiba, PR, tel. (41) 3275-2526

EE Comendador Mário Dedini, R. Ricardo Pinto César, s/nº, 13405-432, Piracicaba, SP, tel. (19) 3421-5886

EMEF Governador Mario Covas, R. Armando Lenhanholi,137, 13230-000, Campo Limpo Paulista, SP, tel. (11) 4812-6900

http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/avaliacao/ainda-tempo-recuperar-alunos-560806.shtml?page=1