Folclore é o conjunto de manifestações de caráter popular de um povo, ou seja, é o conjunto de elementos artísticos feitos do povo para o povo, sempre ressaltando o caráter tradicional destas representações transmitidas de uma geração para outra por meio da prática.
O folclore varia bastante de um país para o outro e, até mesmo, dentro de um Estado. As diferenças entre as regiões são muito grandes. No caso do Brasil, o folclore foi resultado da união da Cultura a partir da miscigenação de três povos (Europeu, Africano, Ameríndio ). O que resultou é que em muitas regiões brasileiras o folclore é muito diferente, pois devido às influências de cada um destes povos formadores do Brasil, algumas regiões apresentam maior tendência a uma determinada origem.
As manifestações folclóricas brasileiras, na sua grande maioria, são manifestações de caráter de povos mestiços ,ou seja, sofrem influência de diversas raças, apresentando características próprias, bem como manifestações em caráter artístico, possuindo elementos do Teatro, Dança, Música e Artes Plásticas.
O termo Folk-Lore foi empregado pela primeira vez em 22 de agosto de 1846 , consagrando até nossos dias o mês de agosto como mês do folclore.
Com toda intenção dos órgãos encarregados da educação, os trabalhos escolares de pesquisas sobre o folclore são cheios de equívocos, pois os fatos folclóricos não se dão apenas em agosto e sim, durante todo ano letivo. Todos nós, somos portadores do fato folclórico, independentemente de raça, cor , classe social e intelectual . Para um bom resultado pedagógico, cabe ao professor, ao dar aos alunos a tarefa de pesquisa o fato folclórico, orientá-los. O que vale dizer é que o importante para o aluno é conceituar corretamente o termo FOLCLORE e o fato a ser pesquisado; delimitando o campo da pesquisa. Para se pesquisar não é preciso ir longe, pois os fatos folclóricos estão perto de nós, em nossa casa, em nosso bairro, em nossa cidade.
Folk quer dizer povo; lore, o saber, o conhecimento, o costume. Pode-se afirmar: Folclore é o saber vulgar do povo. Não é somente transmitido nas escolas e nos livros e sim também por imitação, ou por força de tanto ver e ouvir. Quatro são as características básicas para um fato folclórico: 1) ser transmitido oralmente, de boca em boca, e não por meios eletromecânicos, como rádio, disco e livro; 2) ser social, praticado por muitos e não por uma só pessoa; 3) ser espontâneo, livre. Quando o professor dá um provérbio para ser analisado sintaticamente pelos alunos, aí não há o fato folclórico; já quando dito pelo mesmo professor ou pelos anos, espontaneamente, para explicar ou justificar um fato, nesse caso há o fato folclórico; 4) ser anônimo, pois não se conhece o autor de uma trova popular, de um provérbio ou adivinhas.
A Importância da Cultura Folclórica na Formação das Crianças
Folclore é a maneira de agir, pensar e sentir de um povo ou grupo com as qualidades ou atributos que lhe são inerentes, seja qual for o lugar onde se situa, o tempo e a cultura. Não é apenas o passado, a tradição; ele é vivo e está ligado à nossa vida de um jeito muito forte. Por isso, é tão importante conhecê-lo.
O saber folclórico é o que aprendemos informalmente no mundo, por meio do convívio social – por via oral ou por imitação. Ele é universal, embora aconteçam adaptações locais ou regionais, como conseqüência dos acréscimos da coletividade. "Folclore é o conjunto de coisas que o povo sabe, sem saber quem ensinou." (Marcelo Xavier). O folclore e a cultura popular sempre estiveram presentes nos programas e conteúdos escolares. De um jeito formal ou de forma transversal, sempre há um espaço na educação para se tratar desse assunto.
Devido à complexidade que a vida humana, em sociedade, vem assumindo, a escola substitui a família como agente de troca da mais notável mercadoria do mundo – a cultura. Cultura, como nós a entendemos, diz respeito ao modo de ser e de viver dos grupos sociais: a língua, as regras de convívio, o gosto, o que se come, o que se bebe, o que se veste vão formando aquilo que é próprio de um povo.
Em um país como o Brasil, tão diverso, tão grande, com tantas expressões diferentes, com tantos jeitos de ser, de brincar, de conviver e rezar, que vão se modificando de lugar para lugar, e a toda hora, não podemos falar de uma única cultura, mas das muitas culturas que o formam. Será que já paramos para pensar, por exemplo, quantas nações indígenas nós temos? E das culturas africanas que para cá vieram não foi uma nação, mas foram muitas a formar o que chamamos de cultura afro-brasileira.
E os portugueses, foram os únicos? Na verdade, foram muitos os povos europeus, cada um com suas tradições, línguas, expressões, jeito de ser e crer, que vieram para cá e, misturados aos diferentes povos indígenas e africanos, ajudaram a formar um país plural e de muitas culturas.
A cultura popular é tudo isso bem misturado e refletido nos muitos jeitos de ser do brasileiro.
Diante de tudo que apontamos, será ainda possível falar de educação sem integrá-la à questão cultural? Certamente não. E é não porque a educação é resultado das práticas culturais dos grupos sociais. O próprio processo de ensinar e aprender revela essas práticas.
A cultura é o fermento que alimenta, dá forma e conteúdo à educação. Em sala de aula, experiências, vivências e singularidades estão reunidas. Alunos e professores trazem suas bagagens e histórias. Confrontos, trocas, negações e reafirmações de culturas pulsam o tempo todo nesse convívio. Se não houver um saber pronto e acabado a ensinar, a educação tem suas chances de sucesso ampliadas. Se o saber em construção for inclusivo das diferenças, renovam-se as esperanças de que na escola se entenda, como afirma Carlos Rodrigues Brandão (2001, p.35) que "educar é fazer perguntas" e que "ensinar é criar pessoas em que a inteligência venha a ser medida, mais pelas dúvidas mal formuladas, do que pelas certezas bem repetidas. De que aprender é construir um saber pessoal e solidário, através do diálogo entre iguais sociais culturalmente diferenciados."
O aluno leva para a escola os modelos já aprovados pela tradição, que aprendeu em casa ou na rua e, da escola, traz para a família e vizinhança as experiências mais significativas do desenvolvimento cultural.
A missão da escola é de salvamento. Não podemos aceitar que nossa língua, música, dança sejam ameaçadas pela ingerência alienígena que destrói a nossa cultura. Um dos objetivos de se trabalhar o folclore na escola é, pois, evitar que nossos padrões tradicionais sejam substituídos por modelos exóticos.
O desenvolvimento de atividades pedagógicas em torno do folclore é uma importante contribuição na formação do espírito de cidadania e de nacionalidade do aluno. Ao mesmo tempo em que passa a se perceber como ser universal, cidadão do mundo, necessita conhecer suas raízes, identificando-se com seu grupo social: sua linguagem, sua história e a de sua comunidade.
O professor deve saber aproveitar o atraente, rico e variado mundo do folclore, como fonte inesgotável de motivação didática e de elevada importância pedagógica. Ele precisa selecionar o que vai utilizar, pois nem toda manifestação folclórica serve como material didático. Os modelos escolhidos pelo professor precisam ser adequados à idade e ao tempo disponível para estudo e ensaio. Devem ser avaliados do ponto de vista da sua utilidade para a comunidade, identificando-se, primeiramente, os aspectos da cultura popular no lugar onde vivem os alunos, para, depois, extrapolar limites geográficos.
O exemplo da educadora Helena Antipoff, que adotou o folclore como disciplina obrigatória no currículo de todos os seus cursos, deve ser seguido pelos atuais professores, começando, talvez, pelo aproveitamento do evento associado às festas religiosas (São Sebastião, Quaresma, Divino, Rosário, Natal) o que representaria um projeto anual.
A pesquisa pode ser estimulada por meio da coleta de dados pelos próprios alunos e realizada em trabalho de campo, a partir do lar, da família, estendendo-se à vizinhança e à comunidade. Desta maneira, o trabalho pode ser regionalizado, enfatizando-se as manifestações ligadas às atividades locais.
O estudo de provérbios ou ditados oferece oportunidade de debates sobre conceitos, tais como: justiça, honradez, bondade, ingratidão e outras abstrações. "O provérbio é sempre uma síntese de sabedoria popular. A sabedoria coletiva é reveladora de convicções, de certezas, merece fé." (Saul Martins)
Propondo ou decifrando-se adivinhas, leva-se a criança a desenvolver o raciocínio lógico, além de alegrar-lhe o espírito. Com as parlendas e outras formas lúdicas verbais, ela entra em contato com o idioma. Os trava-línguas são exercícios de comprovada eficácia para a correção de defeitos no falar. Jogos e brincadeiras podem ensejar ao aluno uma participação mais ativa no meio social, desenvolvendo mecanismos sadios de competição, além de torná-lo conhecedor e respeitador de regras.
Pequenas dificuldades podem ser adequadamente solucionadas com o emprego de técnicas populares, prática preconizada pela própria Organização Mundial da Saúde, que recomenda a volta dos remédios naturais. Com isso, a medicina caseira ganha nova dimensão na sociedade.
O artesanato ajuda a criança em idade escolar a usar as mãos de maneira adequada, apressa a eclosão de valores artísticos, além de servir como meio de se praticar o lazer. A criança adora realizar trabalhos manuais.
Com referência à linguagem, os sotaques e pronúncias regionais são peculiaridades que resultam do esforço adaptativo das pessoas ou do estilo de vida, isto é, do relacionamento entre o homem e o meio.
Outra experiência folclórica, a culinária, resulta do encontro de diferentes culturas, diversidade do clima e abundância de recursos naturais. Por meio dela, o professor pode trabalhar os sentidos, a matemática, a estética e a saúde alimentar dentre uma infinidade de outros aspectos.
O mundo do folclore é um mundo encantado, cheio de personagens estranhos que transportam a criança aos páramos da fantasia e aumentando-lhe o poder da imaginação. A pedagogia contemporânea afirma que a educação da criança não pode ser apenas passiva, mas ativa, pois a causa principal da aprendizagem e, portanto, de toda a educação, não é o professor ou o aluno, mas sim, a interação entre ambos.
O folclore une as pessoas, logo, é razão suficiente para ser trabalhado em todas as escolas, não só no mês de agosto, mas durante todo o ano.
BIBLIOGRAFIA:
MARTINS, Saul. Folclore: teoria e método. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1986.
Folclore em Minas Gerais. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1990.
ROCHA, Tião. Roteiro de pesquisa do folclore. Belo Horizonte: CPCD – Centro Popular de Cultura
e Desenvolvimento e CMFL – Comissão Mineira de Folclore, 1996.
XAVIER, Marcelo. Mitos: o folclore do Mestre André. Belo Horizonte: Formato Editorial, 1997.
PARLENDAS
As parlendas são formas literárias tradicionais, rimadas com caráter infantil , de ritmo fácil e de forma rápida. Não são cantadas e sim declamadas, em forma de texto, estabelecendo-se como base a acentuação verbal. São escritas em versos de 5 ou 6 sílabas para recitar. O objetivo de uma parlenda é apenas o ritmo como ela se desenvolve. O texto verbal é uma série de imagens associadas , obedecendo apenas o senso lúdico, podendo ser destinada à fixação de números ou idéias primárias, dias da semana , cores , entre outros
conceitos. Leia alguns exemplos:
Rei Capitão
Soldado Ladrão
Menino Menina
Macaco Simão.
Dedo Mindinho
Seu vizinho,
Maior de todos
Fura-bolos
Cata-piolhos.
Uma,duna,tena,catena
Gurupi, gurupá
Solá, soladá
Conte bem
Que são dez.
Um ,dois, feijão com arroz.
Três,quatro,feijão no prato.
Cinco , seis, chegou minha vez
Sete, oito , comer biscoito
Nove, dez , comer pastéis.
Era uma bruxa
À meia-noite
Em um castelo mal-assombrado
Com uma faca na mão
Passando manteiga no pão
Passando manteiga no pão.
Amanhã é domingo,
Pé de cachimbo
Galo monteiro
Pisou na areia.
Areia é fina.
Que dá no sino.
O sino é de ouro.
Que dá no besouro.
O besouro é de prata.
Que dá na barata.
A barata é valente.
Que dá no tenente.
O tenente é mofino.
Que dá no menino.
O menino é danado.
Que dá no Soldado.
O Soldado é Valente.
Que dá na gente...
Sola,sapato,
Rei,Rainha
Onde quereis
Que eu vá dormir?
Na casa de mãe
Aninha.
TRAVA -LÍNGUA
Para Antônio Henrique WeitzeL, trava - língua é uma modalidade de parlenda ,em prosa ou em verso , caracterizada pela rápida sucessão de palavras de forma ordenada, pela repetição dos mesmos fonemas ou de fonemas vizinhos - ora em seqüência , ora entremeados que se torna extremamente difícil e,às vezes, quase impossível pronunciá-lo sem tropeços .
Exs.: A aranha arranha o jarro; o jarro a aranha arranha. O peito do pé do pai do padre Pedro é preto. Paca, tatu; cutia, não.
É uma ''parlenda maldosa '', como o chamou Campos ( Folclore de Nordeste, 1960 ) , acrescentando que os cantadores de viola , mestres em desafio , não aceitam o trava - língua , que só poderá ser recitado corretamente com um treino antecipado . Esta, porém, não é a opinião do cantador cearense Jacó Alves Passarinho, o qual, segundo refere Mota (Cantadores, 1961), falava com entusiasmo das frases de pronunciação embaraçosa e dizia que ''nelas é que se conhece quem tem sustança '' . De fato, exige do cantador uma atenção exagerada , para não ficar atrapalhado na pronúncia das palavras do verso e, assim, perder a contenda.
Cascudo (Literatura Oral no Brasil , 1984 ) incluiu o trava - língua nos contos acumulativos , seguindo a classificação de Antti Aarne / Stith Thompson , com o que não concorda Almeida (Manual de coleta folclórica , 1965) , dizendo que os trava-línguas muitas vezes não são histórias , mas jogos de palavras difíceis de serem pronunciadas. São antes brincadeiras .
Para Teixeira (Estudos de folclore , 1949 ) , este tipo de parlenda , cuja finalidade consiste em expor ao ridículo a pessoa que tente dizê-lo rapidamente , é universal , parecendo ser mais fácil ''destravá-lo '''em português do que em alemão , inglês e outras línguas do grupo saxônico.
Porzig (El mundo maravilloso del lenguaje , 1964 ) explicou a extrema dificuldade, ou mesmo impossibilidade sem sólido treinamento , da pronúncia dessas frases, pelo fato de se estorvarem mutuamente , diante de sua rápida sucessão ,os movimentos articulatórios dos órgãos da fala . E justifica, afirmando ser a imagem sonora produzida pela cooperação de inúmeras músculos , que são excitados por nervos motores , os quais recebem essa excitação do cérebro e a transmitem . Depois de uma excitação ,entretanto , nervos e músculos precisam de certo tempo para retornarem ao estado de equilíbrio , o que não acontecerá , se sobrevier nova excitação , a qual irá perturbar as articulações . Esta curiosa forma verbal lúdica tem dupla função : a) desenvolve habilidades vocais –de onde vem o seu caráter educativo ; b) diverte, pondo em ridículo quantos queiram pronunciá-lo depressa - daí o seu caráter lúdico. Braga (O Povo Português nos seus Costumes, Crenças e Tradições, 1986 ) já registrara esta função educativa, ao considerar o trava-língua um fenômeno doméstico de desvencilhar a língua. Araújo (folclore Nacional, 1964) frisa este seu valor educativo , por exercitar a boa pronúncia da criança , desenvolvendo- lhe a perfeita enunciação das palavras. E chega a aconselhar os educadores, os professores a se valerem dos trava-línguas, para a promoção da eulalia dos educandos.
Exemplos:
Porco crespo , toco preto.
Um tigre,dois tigres,três tigres.
Três pratos de trigo para três tigres
.Bagre branco, branco Bagre.
Pia o pinto, a pipa pinga.
O Padre Pedro tem um prato de prata.
O prato de prata não é do padre Pedro.
A aranha arranha a jarra ,a jarra arranha a aranha.
Quem cara paca compra, paca cara pagará.
Quem compra paca cara, pagará cara paca.
A pia pega e pinga. O pinto pega e pia. Quanto mais o pinto pia, mais a e mais a pia pinga.
O padre Pedro partiu a pedra no prato de prata. A pedra partiu o prato do padre Pedro.
Quando digo digo,digo digo, não digo Diogo.
Quando digo Diogo digo Diogo, não digo digo.
Se o papa papasse papa,se o papa papasse pão,
O papa papava tudo, seria o papa papão.
Pedro tem o peito preto. Preto é o peito de Pedro.
Quem disser que o peito de Pedro não é preto,
Tem o peito mais preto que o peito de Pedro.
FRASES POPULARES
Frases populares, ou expressões populares, são palavras e frases que na sua grande maioria têm a função comparativa com diversos assuntos, como animais, modo de agir modo de pensar etc. O que difere o ditado, da frase popular é que este serve de alerta ao futuro e não apenas expressa um julgamento na ocasião do acontecimento . Vejamos algumas frases e seus respectivos significados:
Memória de Elefante: O elefante lembra de tudo o que aprende, motivo pelo qual é uma das principais atrações do circo. Por isso, dizem que as pessoas que lembram de tudo (até mesmo as magrinhas!) tem a memória de elefante.
Dormir com as galinhas: A expressão significa deitar-se cedo, logo ao anoitecer, como fazem as galinhas.
Acordar com as galinhas: A expressão significa acordar cedo, como fazem as galinhas.
Estômago de avestruz: É dito à pessoa que come qualquer coisa. O estômago do avestruz é dotado de um poderoso suco gástrico que é capaz de dissolver até metais.
Lágrimas de crocodilo: É uma expressão bastante usada para se referir ao choro fingido. O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele "chora" enquanto devora uma vítima.
O canto do cisne: Refere-se às últimas realizações de alguém. Antigamente, dizia-se que o cisne emitia um lindo canto quando estava prestes a morrer.
Abraço de tamanduá: Sinônimo de traição ou deslealdade. O tamanduá se deita de barriga para cima e abre seus braços. O inimigo, ao se aproximar, é surpreendido por um forte abraço, que o esmaga.
Olhos de lince: Os filhotes só abrem os olhos, com dez dias de vida. Em compensação, quando crescem, os linces têm uma visão apurada. Os povos mais antigos acreditam que esses animais conseguiam enxergar através das paredes. Ter olhos de lince significa enxergar longe.
Osso duro de roer: Coisa difícil de resolver.
Dar nó em pingo d'água: Ser capaz de se sair de todas as dificuldades.
Remar contra a maré ou remar contra a correnteza: Tentar fazer uma coisa e tudo der errado.
Dar a mão à palmatória: aceitar que errou.
Pintar o sete: Fazer bagunça.
Dar com os burros n'água: Fazer muito esforço para conseguir algo e acabar perdendo tudo de forma banal.
Colocar a carroça na frente dos bois: Atropelar a ordem das coisas , não ter paciência de esperar.
Bicho de sete cabeças: Um problema muito complicado.
Fazer com o pé nas costas: Fazer algo com muita facilidade.
Deixar a peteca cair: Desistir, desanimar.
Dor- de-cotovelo: Ter inveja ou ciúme.
Matar cachorro a grito: Estar numa situação bem difícil.
Ficar com a pulga atrás da orelha: Ficar desconfiado.
Maria-vai-com-as-outras: Pessoa que só faz o que os outros fazem.
Entrar pelo cano: Sair-se mal em determinada situação.
Tomar chá de sumiço: Desaparecer, ir embora.
Tirar água do joelho: Fazer xixi.
Dar um riso amarelo: Ficar encabulado, sem graça.
Mandar lamber sabão: Pedir para não perturbar , não aborrecer , não encher .
Dar no pé: Fugir, ir embora.
DITADO POPULAR
Ditado popular ou Provérbio é uma máxima sentença de caráter prático e popular, ou consagrada pelo uso, de moral mais segura e severa que expressa em forma sucinta, e não raramente figurativa, uma idéia ou pensamento aplicando exemplos morais, filosóficos e religiosos.
Podem ser de autor desconhecidos ou conhecidos, como exemplo: Rei Salomão - "Até o insensato passará por sábio se estiver calado, e por inteligente se conservar os lábios fechados".
Ditado é a expressão que se mantém imutável através dos anos, constituindo uma parte importante de cada cultura.
Em casa de enforcado, não se fala em corda.
Quem não tem cão, caça com gato.
Macaco velho não bota a mão em cumbuca.
Quem senta na garupa, não pega na rédea.
Pior cego é o que não quer ver.
As aparências enganam
Em pé de pobre, todo sapato serve.
Em terra de cego, quem tem olho é rei.
Quem diz o que quer, ouve o que não quer.
Por fora, bela viola. Por dentro, pão bolorento.
Gaiola bonita não alimenta canário.
Quem compra o que não pode , vende o que não quer.
Em boca fechada, não entra mosca.
Quem tira retrato de graça é espelho.
TROVAS
TROVA: poema curto, apreciado como arte poética popular do Brasil.Comumente, a quadra tem cinco ou sete sílabas por linha
Fui pro mar colher laranja,
Fruta que no mar não tem;
Vim de lá todo molhado
Das ondas que vão e vêm.
Eu te vi e tu me viste,
tu me amaste e eu te amei,
qual de nós amou primeiro
nem tu sabes, nem eu sei.
Quem me dera ter agora
um cavalinho de vento,
para dar um galopinho
onde está meu pensamento.
Não tenho medo de homem
nem do ronco que ele tem;
o besouro também ronca,
vai se ver não é ninguém.
Você diz que sabe muito,
borboleta sabe mais:
anda de perna pra cima,
coisa que você não faz.
Todo mundo se admira
de macaco andar a pé,
o macaco já foi homem,
pode andar como quiser.
Se me vires não te assustes,
se te assustares não corras,
se correres não te assombres,
se te assombrares não morras.
Não sei se vá ou se fique,
não sei se fique ou se vá
indo lá não fico aqui,
ficando aqui não vou lá.
Você me chamou de feio,
sou feio mas sou dengoso,
também o tempero é feio
mas faz o prato gostoso.
Juraste, jurei, juramos;
juramos, jurei, juraste;
quebraste, quebrei, quebramos;
quebramos, quebrei, quebraste.
Essa noite tive um sonho
que não me sai da lembrança,
sonhei que vi a saudade
abraçada com a esperança.
BRINCADEIRAS
Por todo o país são inúmeras as brincadeiras apreciadas pelas crianças. Elas demonstram as características sociáveis , a procura de outras crianças para se divertirem . Resta salientar, que na maioria das brincadeiras, há regras estabelecidas pelas próprias crianças . As características da expressividade e senso lúdico são bastante trabalhadas nestas brincadeiras. O que mais é valorizado é a participação da criança que quer brincar e a perpetuação dessas brincadeiras tão esquecidas em nossos dias de hoje.
Dentre as diversas brincadeiras folclóricas, estão:
Bolas de Gude
Pipas,Papagaios,Arraias,Periquitos
Pião
Boca de Forno
Ciranda ou Cantigas de Roda
Amarelinha
Esconde - esconde
Jogo de taco
Estrela Nova Cela
LENDAS
As lendas no Brasil são de inúmeras variedades, influenciadas diretamente pela miscigenação do povo brasileiro . Devemos considerar que lenda não significa mentira, nem mesmo verdade absoluta. O que podemos e devemos deduzir é que uma história para ser criada, defendida e o mais importante, ter sobrevivido na memória das pessoas, deve ter no mínimo algum fato verídico. Muitos historiadores, pesquisadores, folcloristas, e outros profissionais que estudam Sociedades, tendem a afirmar que lendas são apenas frutos da imaginação popular; porém, as lendas em muitos povos são "os livros na memória dos mais sábios".
A diferença entre Mito e Lenda é que Mito é o personagem enfatizado na lenda, portanto, a Lenda é a História sobre um determinado Mito. Era costume nos conventos e mosteiros, desde os primeiros tempos da era cristã, fazer cada dia, à hora das refeições em comum nos vastos refeitórios, a leitura da vida do santo que dava nome ao dia". Tais trechos de leitura diária eram chamados "legenda". Neles a biografia
dos heróis da cristandade era recheada de narrativas dos milagres realizados por esses taumaturgos, ou mesmo, inventados pela imaginação popular e compilados sem muito critério.
De "legenda", incorporada a nosso vocabulário com os diversos sentidos acima descritos, nos veio também a palavra "lenda", que Ayres Filho define como "narração de sucessos fantásticos", "tradição popular" ou mesmo "mentira" ocasionada pelos exageros incluídos no relato. Assim pensa também Weitzel (1995), que diz: "é um mundo de realidade, embora exagerado e colorido, ao mundo sobrenatural do mito e ao mundo fictício do conto". O mesmo Weitzel aponta quatro categorias de lenda: as lendas pessoais, locais, episódicas e etiológicas.
As lendas pessoais referem-se a indivíduos cuja vida, em algum momento, beirou o "fantástico", o "impossível" ou o "maravilhoso". Tanto pode ser um santo quanto um bandido, um herói ou um vilão. Andar sobre as ondas, fugir espetacularmente de uma prisão, apagar com uma prece um incêndio pavoroso, vencer sozinho milhares de canibais, bater a carteira de um ladrão... Esses feitos espetaculares conferem a seus autores uma aura toda especial e os inscrevem no rol das pessoas de vida lendária. Lendária é, por exemplo, a vida de um Padre Anchieta, cuja estampa vem sempre acompanhada de uma onça dócil, ou a de São Francisco, rodeado de passarinhos.
As locais, ou tópicas, ligam-se a um lugar: uma serra, uma lagoa, uma gruta, um rio, um braço de mar etc. Bons exemplos deste tipo de lendas são a do El Dorado, montanha faiscante de ouros e pedrarias, que dirigiu os sonhos de Fernão Dias Pais Leme, e a das Amazonas, mulheres guerreiras descritas por Cristóbal de Acuña. E lendário, também, é o Rio Paraíba onde, segundo contam, pescadores encontraram a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Ou a baía de Guanabara, onde Estácio de Sá travou lutas espetaculares ; ou o lago Ness, na Inglaterra, habitação de um monstro conhecido como o Monstro de Ness. Algumas destas lendas são mais recentes, como aquela de Três Corações, cidade mineira, palco de uma história de aparecimento de um ET. Com o advento da indústria turística, os locais, marcados por lendas são hoje valorizados como pontos de visitação turística.
São episódicas as lendas que se ligam a um evento ou acontecimento particular, como aquela narrada em Ouro Preto, e que envolve a devoção de nossos militares Santa Efigênia, patrona do homem-de-armas.
Contam que um comboio repleto de soldados ia partir para a guerra quando apareceu uma mulher humilde, com uma pequena mala, pedindo carona. Proibido pelo regulamento de transportar civis num comboio militar, o comandante ordenou a partida, deixando a mulher para trás. Na próxima paragem, uma surpresa: a mulher já estava lá, com sua maleta e pedia carona. — Impossível! – falou o comandante e mandou seguir. Mais adiante, a mulher, de novo, implorava por um lugarzinho no comboio. Sem entender como aquela mulher sempre chegava antes do trem, o comandante abriu exceção ao regulamento e ordenou que entrasse. No fundo, o que ele desejava era saber qual o segredo daquela passageira que viajava mais rapidamente que o trem e, mesmo assim ainda pedia para ser levada. Um soldado desceu para ajudar a velhinha para subir no trem. Saltou, pegou a alça da mala e ... não conseguiu levantar.
Outro soldado vem ajudá-lo e os dois não conseguem levantar a mala. A mulher, que já havia subido, volta, pega a malinha, e sobe a escadinha do vagão sem problema. E diante do pasmo da tropa, ela declara o mistério:
— Aqui estão os pecados de todos vocês. Por isso, a mala é pesada. E eu sou Efigênia, que vocês chamam de santa. Garanto que vocês nada sofrerão em batalha. Muitos soldados relataram depois que, nos piores momentos, teriam visto pairando no ar a figura protetora da santa.
A Etiologia é o estudos das causas e das origens. As lendas etiológicas, que formam a última das categorias apontadas por Weitzer, exemplificam-se com os contos indígenas, explicativos do aparecimento do milho, do guaraná, da mandioca.
São muitas as lendas etiológicas; como a da cegonha que explica a seu modo o nascimento das crianças. Muitas aves e pássaros nacionais têm suas características explicadas por intervenção da Virgem Maria ou do Menino Jesus, como a da rolinha que apagava os passos da Sagrada Família em fuga para o Egito, enquanto o tico-tico ia ciscando atrás para mostrar aos soldados de Herodes o seu paradeiro. A rolinha foi abençoada, ao passo que o pobre tico-tico foi amaldiçoado e, por isso, ficou de canela fina e só anda aos pulinhos, como se pisasse em brasas. Também o jumentinho que conduziu o santo casal através do deserto mereceu sua bênção de modo original: franzido de medo, o menino teria urinado no lombo do
burrico. Daí por diante, toda a geração dos jumentos ganhou aquela lista escura que lhe percorre a espinha da crina à cauda.
Muitas lendas etiológicas são importantes, por apresentar uma explicação ao surgimento do homem brasileiro. Algumas delas, inclusive, forneceram a nossos escritores a trama de importantes obras como o Caramuru, de Frei José de Santa Rita Durão, a Iracema, de José de Alencar, ou o Guarani, do mesmo autor. Caramuru é o náufrago português que, ao se ver cercado pelos inimigos, que não conheciam arma-de-fogo, deu um tiro para o alto e foi aclamado "Deus do Trovão". Casa-se com Paraguaçu, e a leva à França onde se batiza, recebendo na pia batismal o mesmo nome de sua madrinha, a rainha Catarina de Médicis. De volta ao Brasil o casal terá muitos filhos, dando início à geração dos primeiros brasileiros.
Iracema é outra lenda na qual a questão das origens nacionais é colocada. A virgem sagrada de lábios de mel une-se a Martinho, português, para gerarem o primeiro homem da América, supostamente pai de todos os outros. Peri, o índio enamorado de Ceci, salva das águas a sua amada, como Tamandaré, de uma outra lenda, sobrevivente do dilúvio, que recomeçou o povoamento da terra. Muito importante também é a lenda de Bartolomeu Bueno da Silva, o feio, conquistador das terras goianas. Este bandeirante vira lenda ao amedrontar os goianás que o impediam de seguir caminho e queriam obrigá-lo a retroceder. Bartolomeu não se intimida e parte para a ameaça: — "Ou vocês me deixam passar, ou queimarei toda a água e vocês morrerão de sede". E, ante a incredulidade dos índios que teimavam em lhe tolher os passos, fez uma demonstração com pólvora em canudos parcialmente submersos (ou querosene espalhada
sobre as águas, segundo outras versões). Ao ver o rio em chamas, os goianás caem de joelhos e aclamam o que pensaram ser Anhangüera, o Diabo Velho de suas crenças. Estava franqueado o caminho para a fundação de Goiás e a descoberta das grandes jazidas de ouro daquela região.
Essas lendas foram selecionadas com o objetivo de ilustração em relação aos tipos de lendas. Posteriormente, serão descritas lendas mais direcionadas ao público infanto-juvenil.
Vitória-Régia
Era uma vez, uma tribo de índios que vivia às margens do grande rio. Nos igarapés silenciosos, as cunhãs cantavam e sonhavam seus lindos sonhos de virgens. As cunhas ficavam horas e horas, mirando a beleza da lua branca, o fascinar das estrelas, o céu recamado de constelações.
O aroma da noite tropical embalava os sonhos. Um dia, neca-neca, a cunhã mais sonhadora, subiu numa árvore mais alta para ver se pegava a lua. Não conseguiu. Pressurosa com suas companheiras, noutro dia, foram aos montes distantes para tocarem com as mãos a lua, as estrelas. Nada! Quando lá chegaram, a lua estava tão distante, que voltaram tristonhas para suas malocas, e, na rede onde se embalavam, embalaram a desilusão. Ficaram tristes, porque, caso tocassem a lua ou as estrelas, tornar-se iam uma delas.
Noutra noite, Neca-neca, deixou sua rede, muito tristonha, desiludida porque não conseguira apanhar a lua. Eis que olha e vê na água remansosa do lago a lua branca ali refletida. Era uma noite de lua cheia. Lá estava a lua grande, bela, refletida nas águas. Sua imobilidade no lago tranqüilo era um convite. A cunhã alegrou-se. Certamente ela veio banhar-se nas águas do lago para que eu pudesse apanhá-la. Veio satisfazer os meus pedidos feitos em pensamento.
Ela veio lançar-se nas águas profundas, misteriosas e desapareceu. Mas a lua apiedou-se da cunhã e a transformou numa flor, a vitória-régia. É por isso, que a vitória-régia tem o mais oloroso dos perfumes. Suas pétalas são estiradas à flor da água, para melhor receberem a luz da lua. É por isso que, em noites de lua cheia, as cunhãs ,que são vitórias-régias, aparecem no meio da flor que tem um brilho todo especial. Os raios brancos da lua, são como véus de noiva a cobrir todas as flores do lago e ofuscam tanto, que mais parecem ''estrelas d'água a disputar o seu brilho com milhares de vaga-lumes, que povoam a noite tropical.
Lenda da Iara
A Iara é uma sereia das águas, de grande beleza, que mora nas lagoas e que surge repentinamente para atrair os viajantes descuidados. Quem escuta o canto da Iara fica encantado e é atraído para o fundo da lagoa. Lá, entre milhares de sereias, num palácio de coral e pérolas, é realizado o casamento pelo Rei dos Mares.
Cavalo-de –três-pés
Animal assombroso que aparece nas estradas desertas durante a noite, correndo, dando coices e voando. Não tem cabeça, mas possui asas. Quem pisar em seus rastros será imensamente infeliz.
Lenda da Mandioca
Nani era uma linda menina, filha de uma índia. Desde que nasceu , andava e falava. De repente, morreu sem ficar doente e sem sofrer. Foi enterrada e todos os dias sua sepultura era regada. Nela surgiu uma planta desconhecida, que cresceu e deu frutos. Os pássaros comiam esses frutos e ficavam embriagados. Finalmente, a terra abriu-se e os índios encontraram uma raiz branca como o corpo de Nani. Essa raiz, que passou a ser usada como alimento pelos selvagens, é a mandioca.
Pé-de-garrafa
Tem a figura de um homem, mas os pés são redondos como fundo de garrafa. Anda pelo mato dando gritos tão fortes, que fazem as pessoas enlouquecerem e se perderem para sempre.
O Major e o moleque
História de um homem (Major), que negociou com o sujo para ficar rico. Tirou o moleque (um capetinha) de um ovo de galinha preta chocado no sovaco. Criou-o, alimentando com leite, cachaça e sangue de galinha preta. O Major ficou rico, mas lhe aconteceram grandes desgraças. Morreu pobre e o capetinha desapareceu. Sua alma ninguém sabe para onde foi.
Onça-boi
Animal assombrado, que anda pela floresta, sempre em duplas. Quando um fugitivo sobe numa árvore, o casal monstruoso fica esperando embaixo, pois não sabe subir em árvores.
Caboclo-d’ água
Criatura fantástica, que vive no fundo dos rios. Tem o domínio das águas e dos peixes. Ataca canoeiros e pescadores, virando barcos e criando ondas enormes. Para evitar seus ataques, quem viaja sozinho, deve fincar uma faca no fundo da canoa. É bom também oferecer fumo a este monstrengo das águas.
Onça-da-mão-torta
Outro registro feito pelo autor do Folclore Goiano. É a alma penada de um vaqueiro velho e mau. É uma onça enorme, rajada e tem a pata dianteira torta. (Não diz se é a direita ou a esquerda.) Se vista e atirada, não morre. A bala não entra no seu corpo.
Anta-cachorro
Animal grande e misterioso que tem forma de onça e mãos com casco de anta. É bem feroz, mas não consegue trepar em árvores, por ser gordo e meio desengonçado. Se estiver perseguindo um adversário e este, por infelicidade, cismar em subir numa árvore, cava a terra com suas unhas de anta até que a árvore caia.
Boiúna
Cobra escura e gigantesca que habita os rios amazônicos. Pode transformar-se em barco ou navio. Solta fogo pelos olhos e engole pessoas com grande facilidade.
Domingos Pinto Colchão
Também conhecido como Pinto Pelado. É um bicho endiabrado, meio desengonçado e depenado que entra pelas casas derrubando tudo, fazendo bagunça e soltando gargalhadas.
Mula-sem-cabeça
Galopa pela noite assombrando e dando coices. Solta chispas de fogo pelas narinas e pela boca. Às vezes, soluça feito uma criatura humana. Para evitar seu ataque, é só esconder unhas e dentes.
Mãozinha-preta
Aparece sem mais nem menos andando pelo ar. Às vezes, é útil, ajudando nos serviços da casa. Outras vezes, fica brava e sai perseguindo, puxando e beliscando pessoas.
Lobisomem
Filho que nasce depois de sete filhas vira lobisomem. Aparece de noite nas encruzilhadas e cemitérios. Às vezes, ataca, mordendo as pessoas. Uiva para a lua e aprecia comer cocô de galinha.
Curupira
Índio misterioso e cabeludo que gosta de cachaça e anda pelas matas assobiando e cavalgando um porco-do-mato. Mora nos troncos das árvores e é protetor das florestas e dos animais.
Ataca com pauladas os caçadores que se atrevem a penetrar nos seus domínios e, em geral , tem os pés virados para trás, por isso sempre consegue despistar os inimigos.
Saci-pererê
Negrinho encantado de uma perna só, que usa carapuça vermelha , adora fumar cachimbo e sabe ficar
invisível. Vive a vida fazendo a comida queimar no fogão e pregando susto nos viajantes solitários. Detesta água e de vez em quando, transforma-se num pássaro, o MATINTAPEREIRA.
Boitatá
Gênio protetor dos campos. Aparece sob a forma de enorme serpente de fogo, que mata quem destrói as florestas. O padre José de Anchieta, em 1560, é o primeiro a mencionar o boitatá como personagem de mito indígena brasileiro. Esse é o nome dado pelos índios ao fenômeno do fogo-fátuo.
Boto
Mito amazônico. É o pai das crianças de paternidade ignorada. Descrito como rapaz bonito, bem-vestido, boêmio e ótimo dançarino. Nos bailes, encanta as moças, leva-as para igarapés afluentes do Amazonas e as engravida. Antes da madrugada, mergulha no rio e se transforma em boto. Chamado também de boto tucuxi.
Cuca
Influenciada pela bruxa de origem européia, é uma velha feia que ameaça crianças desobedientes, em especial, as que não querem dormir à noite.
Negrinho do pastoreio
Na tradição gaúcha, uma espécie de anjo bom, ao qual se recorre para achar objetos perdidos ou conseguir graças. É o negrinho escravo, que o dono da estância pune injustamente, açoitando-o e depois amarrando-o sobre um formigueiro. Mas seu corpo aparece intacto no dia seguinte, como se não tivesse sofrido nenhuma picada, e sua alma passa a vaguear pelos pampas.
ADIVINHAS
São perguntas de caráter enigmático, cuja resposta parece difícil de ser descoberta. As adivinhas compreendem a adivinhação propriamente dita, pergunta enigmática e charada.
Veja alguns exemplos :
O que é o que é que ninguém quer ter, mas quem tem não quer perder? Careca.
O que é leve como uma pluma, mas ninguém consegue segurar nem 5 minutos? A respiração.
O que é que está na cozinha, na orquestra e no automóvel? Bateria.
Quando a água se transforma em gelo, qual é a maior transformação que sofre? No preço.
O que é que quanto mais cozinha, mais duro fica? O ovo.
Como você chama alguém que leva outra pessoa para seu almoço? Um canibal.
O que é que somos obrigados a usar sobre o pé? O acento agudo.
Qual a semelhança entre um trabalhador que ganha salário-mínimo e um contorcionista de circo?
Ambos se viram para sobreviver.
O que é, o que é, na casa branca, o rei amarelo bóia em águas claras? O ovo.
Qual é a nota musical que não é grande nem pequena, mas cura? Ré - médio.
Qual é a palavra de sete letras que se tirarmos cinco ficam onze? Abaca - XI.
Ninguém me vê, mas muita gente me ouve; só falo depois que alguém fala. Quem sou? O eco.
Qual é o banco mais incômodo?Banco dos réus.
Qual é o fogo que não se apaga com água? Fogo da paixão .
O que é que onde quer que se meta permanece no mesmo lugar? O nariz .
Em que lugar só se entra quando está cheio? A piscina .
O que é que nunca dá de boca fechada? Gargalhadas .
Que ferramenta diz no nome que já foi? A foice .
Quem é que mesmo tendo casa vive do lado de fora? O botão .
O que é que pula, mas não é bola, tem bolsa mas não é mulher? Canguru .
O que é que os elefantes têm que nenhum outro animal tem? Elefantinho .
O que é que se tira e fica para sempre? Fotografia .
Qual o peixe que não é casado ? O namorado.
O que é que tem em todas as estradas asfaltadas ? Asfalto .
Qual é o mês mais comprido do ano? Fevereiro, pois é o único com 4 sílabas.
Tenho 10 velas acesas. Apago três. Quantas velas ficam? Ficam somente 3 velas que eu apaguei; as outras se consomem.
Verde como folha, folha não é; alvo como papel, papel não é; vermelho como sangue, sangue não é; preto como carvão, carvão não é; tem todas essas cores; me diz o que é? Melancia.
O que é que está no começo do meio, no meio do começo e na ponta do fim? A letra "M" .
O que é que tem barba mas não tem queixo; tem dentes, mas não tem boca? Espiga de milho.
O que é, o que é que desce cantando e sobe chorando? O balde do poço.
O que é, o que é que tudo tem, até o nada também? O nome.
Qual é a primeira coisa que você faz quando acaba de acordar? Abre os olhos.
Quem é que leva a casa nas costas e, quando anda, deixa sinal? O caracol.
Não sou pintor, sou o painel: pinto a cor, o gesto e a formosura. Quem sou? O espelho.
O que é, o que é que no mato está batendo e em casa está calado? O machado.
Verde como folha, folha não é: fala como gente, gente não é? O papagaio (ave).
O que é que no mato está estirada e em casa está enrolada? A corda.
O que é que pula e vira do avesso ? Pipoca .
O que é que tem bico, mas não bica; tem asa, mas não voa ? O bule.
O que é que passa na água e não se molha ? A sombra
O que é, o que é: ele morre queimado, ela morre cantando ? O cigarro e a cigarra.
O que é, o que é: igual a um gato, mas não é gato! A gata.
Tem coroa mas não é rei, tem escamas mas não é peixe ? O abacaxi.
Joga para cima é prata, cai no chão é ouro? O ovo.
Uma caixinha de bom parecer, não há carpinteiro que saiba fazer ? A casca do amendoim.
A mãe é verde, a filha é encarnada, a mãe é mansa, a filha é danada ? A pimenta.
“A condenação do silêncio é mais eficiente que as acusações ruidosas."
"A inveja é a falta de fé em si mesmo."
"Ao beber na nascente, agradeça à fonte."
"As bênçãos chegam uma de cada vez, a desgraça vem em grupo."
"Dominar a arte da discrição é melhor que usar a eloqüência."
"Espere com paciência, ataque com rapidez."
"Não mate a mosca que pousa na cabeça do tigre."
"O coração do tolo está na boca."
"O que é bom para a colméia é bom para a abelha."
"O que tem que ser seu sempre voltará a você."
"O que você vê é real, o que você ouve talvez não seja."
"Palavras verdadeiras podem não ser agradáveis, palavras agradáveis podem não ser verdadeiras."
"Para cortar uma árvore, bem rapidamente, gaste o dobro do tempo afiando o machado."
"Pense antes de falar, mas não fale tudo o que pensar."
"Quem colher rosas deve suportar os espinhos."
"Quem passa o tempo todo falando não terá tempo para pensar."
"Se alguém fala mal dos ausentes, falará mal de ti quando te ausentares."
"Se em vez de enchermos o bolso enchermos a cabeça, não seremos roubados."
"Segure um verdadeiro amigo com ambas as mãos."
"Um grande general não precisa tocar o próprio clarim."
Pombinha branca
Que estás fazendo?
Lavando roupa
Pro casamento
Vou me lavar
Vou me secar
Vou na janela
Pra namorar
Passou um homem
De terno branco
Chapéu do lado
Meu namorado
Mandei entrar
Mandei sentar
Cuspiu no chão
─ Limpa aí seu porcalhão
Tenha mais educação.
Eu vi uma barata
Na careca do vovô
Assim que ela me viu
Bateu asas e voou
Seu Joaquim , quim quim
Da perna torta, ta ra ta
Dançando conga, ra ga
Com a Maricota, ra ta.
Lá em cima do piano
Tem um copo de veneno
Quem bebeu , morreu
O culpado não fui eu.
Lá na rua vinte e quatro
A mulher matou um gato
Com a sola do sapato
O sapato estremeceu
A mulher morreu
O culpado não fui eu.
Salada, saladinha
Bem temperadinha
Com sal , pimenta
Um, dois, três.
O macaco foi à feira
Não teve o que comprar
Comprou uma cadeira
Pra comadre se sentar
A comadre se sentou
A cadeira esborrachou
Coitada da comadre
Foi parar no corredor.
A do te cá
Le pe ti
Le to má
Nescafé com chocolá
A do te cá
Puxa o rabo do tatu
Quem saiu
Foi tu.
Batalhão, lhão lhão
Quem não entra é um bobão.
Abacaxi, xi,xi
Quem não entra é um saci.
Beterraba, raba, raba
Quem entrar é uma diaba.
Borboleta, leta, leta
Quem errar é um capeta!
Quem foi a Cotia
Perdeu a tia
Quem foi pra Pirapora
Perdeu a hora
Quem foi pra Portugal
Perdeu o lugar
Quem foi à roça
Perdeu a carroça
Rico trigo
Um dói três
Lá vou eu!
Hoje é sábado
Pé de quiabo
Amanhã é domingo
Pé de cachimbo
O cachimbo é de ouro
Bate no touro
O touro é valente
Chifra a gente
A gente é fraco
Cai no buraco
O buraco é fundo
Acabou-se o mundo.
Cadê o toucinho
Que estava aqui?
O gato comeu.
Cadê o gato?
Fugiu pro mato.
Cadê o mato?
O fogo queimou.
Cadê o fogo?
A água apagou.
Cadê a água?
O boi bebeu.
Cadê o boi?
Foi amassar o trigo.
Cadê o trigo?
Foi fazer o pão.
Cadê o pão?
O padre pegou.
Cadê o padre?
Foi rezar a missa.
Cadê a missa?
Já se acabou.
OBRIGADA QUERIDA PELA CONTRIBUIÇÃ. ESTOU EM RECESSO MAS, SABE COMO É, JÁ ESTOU MONTANDO MEU PROJETO. TEM UM SELINHO NO MEU BLOG PRA VC, PEGA LÁ, TÁ BOM (http://ppedagogicosleituraviva.blogspot.com)?! BJKS
ResponderExcluiradorei kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk te amo curupira te adoro mula sem cabeça legaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaallllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll
ResponderExcluireu adoro a curupira beijo
ResponderExcluirlegallllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll
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