Projeto de formação de professores em procedimentos de leitura
Conheça o projeto de formação em serviço Ler em Todas as Áreas
Saber ler é uma habilidade necessária para aprender e, por isso, os professores de todas as disciplinas devem ter como foco de seu trabalho desenvolver a competência leitora nos alunos. O projeto Ler em Todas as Áreas - desenvolvido com exclusividade para NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR por Claudio Bazzoni, assessor de Língua Portuguesa da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo - é composto por três módulos. Com ele, será possível criar na escola alguns procedimentos comuns para que todos se tornem leitores eficientes.
Projeto Ler em Todas as Áreas
1º módulo: Grifos e Fichamentos
2º módulo: Diagramas e Resumos
3º módulo: Notas e Seminários
Gestão Escolar
Coordenador pedagógicoFormação dos professores
Edição 006 Fevereiro/Março 2010
Projeto de formação de professores 1º módulo: Grifos e Fichamentos
Ensine os professores de todas as disciplinas a desenvolver a competência leitora nos alunos
Saber ler é uma habilidade necessária para aprender e, por isso, os professores de todas as disciplinas devem ter como foco de seu trabalho desenvolver a competência leitora nos alunos. Este encarte - desenvolvido com exclusividade para NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR por Claudio Bazzoni, assessor de Língua Portuguesa da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo - traz o primeiro módulo do projeto Ler em Todas as Áreas. Com ele, será possível criar na escola alguns procedimentos comuns para que todos se tornem leitores eficientes.
Projeto Ler em Todas as Áreas
1º módulo: Grifos e Fichamentos
Objetivo geral
Formar professores de todas as áreas, do 6º ao 9º ano, para o trabalho de leitura e o ensino de procedimentos de estudo.
Objetivos específicos
- Ensinar o aluno a estudar.
- Discutir situações didáticas de leitura em contexto de estudo.
- Refletir sobre estratégias que favoreçam o domínio de algumas práticas de linguagem ligadas ao estudo.
- Ter contato com bibliografia sobre gêneros de apoio à leitura.
Conteúdos do 1º módulo
Grifar textos e fazer fichamentos.
Tempo estimado
Três meses.
Material necessário
Cópias do texto Alguns Procedimentos de Apoio à Leitura e o texto O Resumo, de Isabel Solé, do livro Estratégias de Leitura, Ed. Artmed.
Desenvolvimento
1ª etapa - Debate
Para mobilizar os professores para o trabalho de leitura e procedimentos de estudo, comece discutindo as representações que eles fazem das dificuldades que os alunos apresentam na hora de estudar. Proponha um debate que parta de questões como:
- Os alunos sabem estudar? Por quê?
- Que representações eles fazem do estudo?
- É possível ensinar procedimentos de estudos? Quais? Como ensiná-los?
- Quais procedimentos já foram ensinados?
Peça que os professores trabalhem em duplas e apresentem as conclusões a que chegaram para o grupo. Em seguida, organize um quadro com as respostas.
2ª etapa - Leitura compartilhada
As diversas visões sobre o que é um resumo ou um fichamento certamente levam a diferentes maneiras de ensinar a produzir esses gêneros. Essa diversidade, na mesma escola, pode fazer com que o aluno se perca em meio a uma confusão de orientações e expectativas. Para leitores em formação, o melhor é repetir procedimentos e insistir neles. Conduza a reunião da seguinte forma:
1. Forme grupos de no máximo três professores e peça que escrevam em papel craft ou cartolina as repostas às questões:
- O que é resumo? Que estratégias são boas para ensinar a resumir?
- O que é fichamento? Que estratégias são boas para ensinar a fichar?
- O que é esquema? O que é diagrama? Que estratégias são boas para ensinar fazer esquemas e diagramas?
- Como ensinar o aluno a grifar textos?
- O que é paráfrase?
- Quando fazer paráfrases e quando fazer resumos?
2. Discuta coletivamente as respostas dos professores, observando pontos comuns, divergências e incongruências. Durante o debate, é importante que todos percebam a necessidade de definir caminhos para ensinar a produzir os gêneros de apoio à leitura. É hora também de refletir sobre o papel da mediação do professor: não basta pedir aos alunos que grifem os textos ou façam resumos - é necessário ensinar-lhes como se faz.
3. Tire cópias do texto Alguns Procedimentos de Apoio à Leitura, distribua aos professores e peça que eles leiam e retomem os cartazes. Com uma caneta de outra cor, solicite que acrescentem as novas informações que consideraram relevantes.
4. Completados os cartazes, peça que cada grupo exponha as conclusões.
3ª etapa - Grifar textos
Retome a discussão da etapa anterior. Apresente a síntese do que foi discutido até então, dando ênfase às estratégias que já apareceram no grupo para ensinar a elaborar os gêneros de apoio à leitura. Nesta etapa, proponha algumas práticas de linguagem para o grupo, começando com grifar e sublinhar textos. Fazer com os professores atividades assim é a melhor maneira de combinar os procedimentos que devem ser adotados em sala de aula e tomá-los como objeto de reflexão. Assim, o professor vivencia a condição do aluno e depara-se com dificuldades que seguramente aparecerão em classe. É fundamental que a equipe perceba que grifar um texto não pode ser considerado uma atividade espontânea. Trata-se de uma construção escolar na qual o docente deve intervir ativamente. Escolha um dos textos da bibliografia de apoio para, junto com os professores, ler e grifar os tópicos essenciais com a finalidade de produzir um fichamento. Vale lembrar que resumir é uma atividade bastante usual para quem estuda e grifar ou sublinhar é a primeira fase para selecionar as ideias que farão parte dessa produção. Conduza a reunião da seguinte forma:
1. Organize os docentes em duplas, que é uma maneira interessante de trabalhar por permitir o debate e a negociação das passagens a ser grifadas.
2. Providencie para cada dupla o texto escollhido. A sugestão para esta atividade é O Resumo, de Isabel Solé (veja no quadro abaixo).
3. Lembre com os professores os passos que devem ser evitados e os que devem ser perseguidos na atividade de grifar, de acordo com o material trabalhado na etapa anterior.
4. Os grifos devem ser feitos com lápis.
5. Explique que o objetivo do exercício é marcar as passagens que apresentam o processo mediante o qual, segundo a autora, é possível elaborar um resumo. Veja abaixo um exemplo de como um texto pode ser grifado, com alguns comentários:
O Resumo Isabel Solé
A elaboração de resumos está estreitamente ligada às estratégias necessárias para estabelecer o tema de um texto, para gerar ou identificar sua ideia principal e seus detalhes secundários.
Você poderia, neste momento, dizer qual é o tema deste capítulo? Poderia identificar as principais ideias que ele transmite? Considera que dispõe, com os passos anteriores, de um resumo do que leu até este momento?
É provável que você considere que "quase" tem o resumo, mas não totalmente: ou, em outros termos, que a identificação do tema e das ideias fundamentais presentes em um texto lhe dão uma base importante para resumi-lo, porém este - o resumo - requer uma concretização, uma forma escrita e um sistema de relações que em geral não derivam diretamente da identificação ou da construção das ideias principais.
Comentários
No primeiro parágrafo, a autora apresenta as relações entre resumo, tema e ideia principal. Observe que termos acessórios (como advérbios) podem ser dispensados. A expressão "ideia principal" abarca "detalhes secundários".
Não é necessário grifar nada no segundo parágrafo. A autora apenas provoca o leitor, para interagir com ele.
No terceiro, continua a interpelação, mas no fim aparece uma informação nova - a de que o texto do resumo pode não derivar diretamente da identificação ou construção das ideias principais.
4ª etapa - Revisão dos grifos
Discuta com os professores o exercício da etapa anterior. O que eles grifaram? Por que destacaram determinadas passagens em detrimento de outras? É importante que todos tentem explicitar os critérios adotados e que se chegue a um consenso do que deveria ser grifado. Em função da discussão, os professores podem apagar o que marcaram desnecessariamente ou grifar passagens do texto que não tinham sido sublinhadas.
5ª etapa - Fichamento
Proponha que os docentes organizem e registrem as informações elaborando um fichamento. Essa atividade começa com a retomada do objetivo de leitura proposto e com a releitura do que foi grifado. Num fichamento, é importante aparecerem a referência bibliográfica, a explicitação do tema, as informações essenciais sobre questões específicas e as observações complementares. Apresente o seguinte modelo para a elaboração do fichamento:
Referência bibliográfica
Tema do texto:
Ideias importantes:
Observações complementares:
6ª etapa - Discussão das produções
Dedique esta etapa à socialização dos trabalhos, conversando sobre as dificuldades enfrentadas. Eles vão perceber que para fazer o fichamento com base em grifos é necessário reorganizar o texto, observando o uso dos elementos coesivos e a coerência textual. É preciso observar ainda se o fichamento preserva o significado do texto do qual procede e se as informações registradas atendem ao objetivo específico de leitura.
7ª etapa - Planejamento do professor
Inicie esta etapa retomando os procedimentos propostos para grifar e fichar textos. Solicite que cada professor escolha um texto de sua área que pretenda trabalhar em sala de aula para que eles mesmos façam os grifos e o fichamento. Esse exercício é fundamental para que os docentes se apropriem das atividades que posteriormente proporão à turma e antecipem o trabalho que pretendem desenvolver. Será possível perceber as dificuldades que os alunos enfrentarão, as ideias que podem ser escolhidas como principais e, principalmente, os critérios que serão adotados para marcar ou não passagens do texto. Esta etapa e a seguinte ocuparão mais de um encontro.
8ª etapa - Exercício do professor
Nas últimas reuniões, distribua a todos cópias dos textos escolhidos na etapa anterior. Cada docente deve mostrar como grifou e elaborou o fichamento e apresentar uma atividade ou sequência de atividades de leitura, discutindo os propósitos leitores com os colegas. Ao término das discussões, colha as impressões dos professores e estimule-os a trabalhar com os alunos os procedimentos de estudo que foram exercitados.
Projeto de formação de professores 2º módulo: Diagramas e Resumos
No segundo módulo do projeto de formação de professores em leitura em todas as áreas, conheça outros dois procedimentos de estudo que ajudam a entender qualquer tipo de texto
Para estudar, o aluno precisa não só saber ler um texto mas também ter condições de entender seu significado. A elaboração de um resumo auxilia nessa tarefa e, por isso, esse gênero deve ser trabalhado em sala de aula, assim como os procedimentos para chegar a ele. É o que mostra este encarte desenvolvido com exclusividade para o projeto Ler em Todas as Áreas, de NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR, por Cláudio Bazzoni, assessor de Língua Portuguesa da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.
Conheça as melhores maneiras de elaborar diagramas e esquemas que ajudam a organizar e hierarquizar as ideias, ponto de partida para a produção de resumos.
Projeto de formação Ler em Todas as Áreas
2º módulo: Diagramas e Resumos
Objetivo geral
Formar os professores de 6º ao 9º ano para o trabalho de leitura de textos informativos e o ensino de procedimentos de estudo.
Objetivos específicos
- Ensinar o aluno a estudar.
- Discutir situações didáticas de leitura em contexto de estudo.
- Refletir sobre estratégias que favoreçam o domínio de algumas práticas de linguagem ligadas ao estudo: fazer esquemas, diagramas e resumos.
- Conhecer bibliografia sobre gêneros de apoio à leitura.
Conteúdos do 2º módulo
Seleção, organização e registro de informações em situações didáticas de leitura e procedimentos de estudo (esquemas ou diagramas e resumos).
Tempo estimado
Dois meses.
Material necessário
O texto O Ensino do Resumo na Sala de Aula, de Isabel Solé, de Estratégias de Leitura, Ed. Artmed.
Gestão Escolar
Coordenador pedagógicoFormação dos professores
Edição 008
Junho/Julho 2010
Projeto de formação de professores 3º módulo: Notas e Seminários
No terceiro e último módulo do projeto, conheça as melhores maneiras de ensinar a tomar notas e fazer exposição oral aos colegas
Módulos
O fim de todo procedimento de pesquisa é produzir textos ou apresentar para um grupo o que foi aprendido durante o estudo. Mas os alunos sabem selecionar as informações que leem e anotá-las de modo a usá-las posteriormente? Conhecem os procedimentos necessários para fazer uma boa apresentação para os colegas? Neste último encarte do projeto Ler em Todas as Áreas - desenvolvido com exclusividade para NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR por Cláudio Bazzoni, assessor de Língua Portuguesa da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo -, você, coordenador pedagógico, vai conhecer a melhor maneira de discutir esse conteúdo com a equipe docente.
Projeto de formação Ler em Todas as Áreas
3º módulo: Notas e seminário
Objetivo geral
Formar os professores do 6º ao 9º ano para o trabalho de leitura de textos informativos e o ensino de procedimentos de estudo.
Objetivos específicos
- Ensinar o aluno a anotar as explicações dos professores.
- Mostrar ao aluno como fazer a apresentação oral em forma de seminário.
Conteúdos do 3º módulo
Anotações de aulas, hierarquização de informações e apresentação oral.
Tempo estimado
Dois meses.
Material necessário
- Cópias do texto Atenção: favor tomar nota;
- Cadernos dos alunos com anotações;
- Vídeos com exemplos de bons seminários;
- Cópias da reportagem Desafio: Falar em Público, da revista NOVA ESCOLA de março de 2010.
Desenvolvimento
1ª etapa - Orientação inicial
Peça que os professores avisem uma das turmas que, depois de uma aula expositiva, os cadernos serão recolhidos para avaliar as anotações. Solicite que os docentes registrem o que mais chama a atenção durante a observação do material, o que consideram um problema e destaquem as anotações que acharam mais adequadas.
2ª etapa - Debate
Estimule o grupo a comentar a seguinte frase:
"Escrever ajuda a estudar porque permite organizar e memorizar as ideias e sistematizar, organizar e elaborar o que se vai aprendendo. Ajuda também a intensificar as interações na aula."
(In Las Prácticas del Lenguaje en la Vida Académica, Gobierno de la Ciudad de Buenos Aires, 2000)
Depois de ouvir as opiniões dos professores, pergunte se eles conversam com os alunos sobre as anotações feitas durante as aulas. Anotar é apenas copiar o que é colocado no quadro? É possível ensinar a tomar notas do que é falado em classe? Leia com eles o texto da última página e peça que anotem o que consideram importante e as próprias impressões sobre o tema.
3ª etapa - Procedimentos comuns
Inicie a reunião pedindo que os professores exponham as anotações do texto lido. As impressões de cada um foram relatadas? Quanto isso ajuda a recuperar as ideias do texto? Analise também as observações feitas com base na amostragem dos cadernos dos alunos e lance uma proposta: fazer um projeto para ensinar os alunos a anotar as ideias importantes das aulas. Vale lembrar que os registros feitos em classe dão pistas do que foi captado durante a exposição do professor e são uma possibilidade de conferir os conteúdos na linguagem dos próprios alunos. Exponha alguns procedimentos que podem ser adotados, como:
- Escrever a pauta da aula no quadro
É uma forma de a turma saber que a aula tem começo, meio e fim. Ao assistir a uma exposição oral, é importante saber o que vai ser tratado e o plano de apresentação dos conteúdos. Com a pauta no quadro, o expositor pode fazer sínteses, recuperar ideias e conceitos, anunciar desdobramentos e apontar possibilidades de aprofundamentos do tema.
- Dar tempo para que o aluno escreva
Aqui os procedimentos podem variar. O professor pode expor um tema durante algum tempo (mais ou menos 20 minutos) e depois pedir que a turma anote o que considera relevante, além de colocar palavras-chave no quadro e orientar os alunos a completar com outras ideias - ou ainda solicitar que a turma anote à medida que a exposição seja feita.
- Propor maneiras para que o aluno se posicione
Pode ser por meio de registros de impressões pessoais, associando o tema da aula com os conhecimentos anteriores sobre o tema. A maneira de anotar vai variar de acordo com as especificidades das disciplinas.
- Formar grupos para debater e completar as anotações
Os alunos preenchem as lacunas uns dos outros. É importante que haja alguma situação (trabalho ou avaliação) para que eles possam usar as anotações. Confira com o grupo se há outros procedimentos que podem ser adotados.
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Atenção: favor tomar nota
Para poder estudar, é necessário fazer anotações. E os alunos podem aprender como realizá-las em diversas situações didáticas, já que a escola deve considerar essa aprendizagem um conteúdo de ensino. O professor vai ser um modelo nos seguintes momentos:
- Ao tomar notas durante a aula e explicar como e para que o faz.
- Lendo alguma nota lateral que tenha registrado no livro que costuma usar em classe.
- Tomando notas, quando os alunos expõem ideias, avisando que elas servirão para conversar sobre o que foi exposto.
Para que fazer anotações
Anotamos para evitar esquecer o que se pensa, escuta, lê e observa - e para reter de maneira mais econômica o maior número de informações possível. É necessário destacar que as anotações são de uso pessoal e serão úteis em um momento posterior para reconstruir a informação obtida.
O que os alunos aprendem ao tomar notas durante uma exposição oral
A selecionar o que é essencial no que se escuta. Tomar notas de uma exposição oral é uma tarefa difícil, pois requer a coordenação de diversas habilidades - escutar, prestar atenção, compreender e escrever. Portanto, é útil que os docentes ofereçam aos alunos a oportunidade de praticar sempre que essa for uma ação pertinente e refletir sobre as estratégias empregadas e sua eficácia. Os alunos que iniciam esse processo costumam ter muitas dúvidas:
1. Como reconhecer as ideias principais e saber o que vale a pena anotar?
Uma pista para descobrir as ideias-chave é prestar atenção na ênfase colocada pelo expositor durante a apresentação e a algumas expressões, como "Não devemos esquecer que...", "Em primeiro lugar...", "Como conclusão, podemos dizer..." etc. Quando o expositor é o professor, é possível ajudar escrevendo no quadro algumas palavras-chave à medida que se fala. Os alunos vão aprender a escrever de forma concisa para reter a informação recebida, procurando dar às anotações a necessária clareza para facilitar a compreensão. O docente pode intervir para sugerir o registro das próprias impressões acerca do que se escuta.
2. Como coordenar a própria escrita, mais lenta, com o ritmo da fala do expositor, mais rápido?
Existem diversos procedimentos para escrever de forma rápida sem perder a ilação. Cada disciplina tem o próprio domínio semântico e os alunos vão encontrando palavras e construções recorrentes para cada uma e abreviações simples que lhes permitam identificá-las.
3. Como recuperar o fio expositivo quando se perde uma parte da exposição?
É possível deixar espaços em branco para completar posteriormente, empregar apenas palavras-chave para depois recuperar a ideia principal e fazer sínteses parciais. Sempre é possível, após a exposição, confrontar as anotações com as dos colegas para completar a informação.
O que um aluno aprende quando faz anotações do texto que lê
O aluno aprende a registrar as próprias impressões. Essa prática permite que, ao reconstruir as notas, ele evoque as interrogações provocadas pela leitura e as próprias reações: perplexidade, assombro, admiração, desconfiança, dúvida. Muitas vezes, são essas marcas pessoais que ajudam a reconstruir o texto baseando-se nas notas. Além disso, todos aprendem a destacar as informações consideradas mais relevantes e a transcrever as ideias que foram sublinhadas enquanto liam.
Como organizar as anotações
O professor pode sugerir que os alunos organizem o que escutam ou leem fazendo diagramas e, se necessário, empregando sinais que complementem o texto. O tipo de relação que se estabelece em cada disciplina ou nos temas trabalhados determina se é mais adequada a união linear de conceitos por meio de flechas, diagramas, boxes ou listas. Os alunos podem fazer anotações individuais e se reunir em pares para reconstruir a informação. É valioso ensinar a incorporar alguns hábitos, como encabeçar as notas colocando o tema e o nome do expositor ou do autor do texto. No caso de haver gravação da exposição oral, é interessante orientar os estudantes a registrar o que observam para completar a gravação. Finalmente, eles vão estudar as próprias notas, organizando-as e agrupando-as por temas para eventuais exposições, podendo assim avaliar sua utilidade.
Texto traduzido por Cláudio Bazzoni, com base no material La Formación de los Alumnos como Estudiantes, do Gobierno de la Ciudad de Buenos Aires, Secretaria de Educación, 2000.
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