BAÚ DE HISTÓRIAS
O baú de histórias pode ser utilizado sempre que quiser. Para isso, organize um de modo que possa transportá-lo com facilidade, mas que ao mesmo tempo comporte diferentes tipos de acessórios.
Caso você não tenha um baú, será possível substituí-lo por uma mala velha ou uma dessas de caixeiro-viajante, uma caixa, um cesto, uma sacola, uma bolsa ou o que você considerar mais adequado.
Procure enfeitar o seu baú de modo que possa ser usado para diferentes narrativas. Evite colar personagens muito conhecidos e que possam nos remeter a uma única história.
Se optar pela caixa, encape-a com tecidos, rendas, fitas, papéis coloridos, variados papéis de presente. Abuse de técnicas de pintura e colagens com diferentes tipos de materiais. Outra dica: o baú, a caixa, o cesto ou a sacola ficarão ainda mais bonitos se forem forrados por dentro!
Sugestões de materiais para rechear o baú de histórias:
* Lenços de variados tamanhos, cores e estampas;
* Caixas pequenas de diferentes formas e materiais (causa muito impacto retirar uma caixinha de dentro do baú e de dentro da caixinha um outro objeto qualquer; chamamos isso de elemento surpresa);
* Pequenos instrumentos musicais (comprados ou confeccionados) como: tambor, pandeiro, chocalho, pios de pássaro, apito, triângulo, etc.;
* Objetos pequenos ou miniaturas;
* Penas ou plumas;
* Leque;
* Bonecos ou fantoche;
* Novelos de lã;
* Espanadores;
* Luvas;
* Pequeno baú com correntes, colares com imitação de pérolas, anéis, etc.
* Caixinha de música;
* Pequenos potes ou cestos;
* Chapéus;
* Máscaras;
*Diversos tipos de tampinha;
* ... E tudo aquilo que você desejar!
Teresa Cristina flordecaju disse...
Achei ótima a ideia... peguei emprestada:
um baú de histórias
A chama do candeeiro ardia sem forças; as horas do relógio na parede contavam os minutos para a casa toda escurecer. E a menina no tic, tac sem vontade de dormir... O quarto triste com ar de solidão.
Pediram-lhe que dormisse cedo, de um modo tão carregado de ternura, que lhe abatia a alma não obedecer. E sentou-se na beirada da rede e colocou as mãozinhas em oração, num gesto de tanto amor...
Os grilos pararam a cantoria na parede. E num movimento involuntário, os olhos fugiram da razão e foram parar no velho baú... Ainda balançou a cabeça, querendo deixar o corpo no lugar, mas uma coisa estranha a levou a se levantar...
Era como se um pássaro voasse em seu pés... abrindo asas de boquinha aberta de tanta curiosidade!... Sentou no chão, à meia-luz da lamparina. E ergueu a tampa do velho baú de sua avó.
E os olhos se encheram de fantasia. Uma bailarina numa caixinha de música... tropeçando no tapete do quarto, os pezinhos delicados cheios de espanto de tudo, mas sem medo. E havia chapéus... moças numa praça, fugindo do sol, de roupas de pregas, segurando as saias fugindo do vento. Outra caixinha pequena toda estampada de flores... uma espécie de melancolia grudou na menina: De quem era aquele anel pequenino? Por que o mar era tão azul numa pedra sem vida? E viu peixinhos esverdeados...Ou eram dourados?
Estendeu as pernas no chão, com as mãos cheias de botões... Agulhas a correr nos furinhos, sobre rendas, atravessando sedas, algodões branquinhos, tecendo bordados... Os olhinhos de uma boneca de pano, olhando para todos os lados, com expressão de quem tudo sabia... “Tão bonita! Tão desejada!”
Um lencinho cor-de-rosa! Tinha o nome da avó escrito em letras miudinhas... com um floreado. Não soube dizer uma história... Ergueu com mansidão o lenço e o cheirou... Fechando os olhos. “Era da avó... quando menina!” Só então viu: Crianças com suas risadas brincando num jardim de céu anil, flores amarelas de sol, um carrinho de pipocas... na porta da igreja com homens e santos...
Uma menina subindo e descendo os degraus da igreja... “Oh! A lua a se esconder!”
Levantou-se apressada! Os objetos caíram-lhe para qualquer lado. “Não foi nada, não foi nada...”, alguns quiseram dizer...
E então, lembrou-se da hora de dormir. Guardou tudo no baú encantado. E como o candeeiro estava quase apagando, deitou na rede com ar de quem tem um baú encantado.
Teresa Cristina flordecaju disse...
Um baú de histórias
A chama do candeeiro ardia sem forças; as horas do relógio na parede contavam os minutos para a casa toda escurecer. E a menina no tic, tac sem vontade de dormir... O quarto triste com ar de solidão.
Pediram-lhe que dormisse cedo, de um modo tão carregado de ternura, que lhe abatia a alma não obedecer. E sentou-se na beirada da rede e colocou as mãozinhas em oração, num gesto de tanto amor...
Os grilos pararam a cantoria na parede. E num movimento involuntário, os olhos fugiram da razão e foram parar no velho baú... Ainda balançou a cabeça, querendo deixar o corpo no lugar, mas uma coisa estranha a levou a se levantar...
Era como se um pássaro voasse em seu pés... abrindo asas de boquinha aberta de tanta curiosidade!... Sentou no chão, à meia-luz da lamparina. E ergueu a tampa do velho baú de sua avó.
E os olhos se encheram de fantasia. Uma bailarina numa caixinha de música... tropeçando no tapete do quarto, os pezinhos delicados cheios de espanto de tudo, mas sem medo. E havia chapéus... moças numa praça, fugindo do sol, de roupas de pregas, segurando as saias fugindo do vento. Outra caixinha pequena toda estampada de flores... uma espécie de melancolia grudou na menina: De quem era aquele anel pequenino? Por que o mar era tão azul numa pedra sem vida? E viu peixinhos esverdeados...Ou eram dourados?
Estendeu as pernas no chão, com as mãos cheias de botões... Agulhas a correr nos furinhos, sobre rendas, atravessando sedas, algodões branquinhos, tecendo bordados... Os olhinhos de uma boneca de pano, olhando para todos os lados, com expressão de quem tudo sabia... “Tão bonita! Tão desejada!”
Um lencinho cor-de-rosa! Tinha o nome da avó escrito em letras miudinhas... com um floreado. Não soube dizer uma história... Ergueu com mansidão o lenço e o cheirou... Fechando os olhos. “Era da avó... quando menina!” Só então viu: Crianças com suas risadas brincando num jardim de céu anil, flores amarelas de sol, um carrinho de pipocas... na porta da igreja com homens e santos...
Uma menina subindo e descendo os degraus da igreja... “Oh! A lua a se esconder!”
Levantou-se apressada! Os objetos caíram-lhe para qualquer lado. “Não foi nada, não foi nada...”, alguns quiseram dizer...
E então, lembrou-se da hora de dormir. Guardou tudo no baú encantado. E como o candeeiro estava quase apagando, deitou na rede com ar de quem tem um baú encantado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário