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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Percurso de aprendizagem do aluno. Reflexões sobre nossa prática e critérios para elaboração do registro na Educação Infantil.

“ Registro é memória, é história, sem ele vive-se apenas de lembranças, que se esvaem, perdem-se, pois podem ser esquecidas. Já a memória e a observação, quando registradas , tornam-se patrimônio. Registro é construção, apuramento do pensar reflexivo.”


Madalena Freire

Cinco questões para pensarmos:

Quais são os meios de avaliação que temos disponíveis na educação infantil?

Como conseguimos ter certeza do que o aluno aprendeu o que ensinamos?

Para que serve um registro de percurso de aprendizagem?

Quem irá ler esse registro?

Em que ele irá colaborar em nosso trabalho?

É importante que a avaliação enfatize os avanços e não apenas as dificuldades dos alunos.

Registrar sempre o que ele conseguiu e em que progrediu.

Tomar cuidado com termos pejorativos ou juízo de valores morais.

Valorizar e registrar o desenvolvimento sócio-afetivo da criança: interação com os demais alunos, participação, solidariedade, cooperação, posicionamento diante das rodas de conversa e / ou outras atividades semelhantes, etc;

Fazer observações sobre a participação da criança nos projetos desenvolvidos e atividades mais significativas.

Fazer de sua escrita – professor – uma narrativa – um prazeroso relato de suas observações – e evitar fazer registro em tópicos que deixam o texto impessoal.

Diante disto, quais aspectos você acha que devem ser abordados no percurso de aprendizagem de um aluno de Educação Infantil? Apontamos alguns que são fruto de experiências da própria Rede e apenas servirão para pensarmos no que achamos mais adequado para nossa realidade. A este, poderão ser suprimidos ou acrescentados tópicos que personalizarão nosso registro.

Quanto aos conteúdos atitudinais:

Sociabilização com a professora e com o grupo?

Como a criança brinca? Sozinha ou em grupo? Há resistência em participar de alguma brincadeira em especial?

Como se comporta com relação a oralidade? A fala é clara ou há aspectos peculiares como problemas de articulação de palavras, infantilização na maneira de falar (fala como bebê), má formulação de frases de modo a comprometer a compreensão, o tom da fala é adequado?

Expor atividades em que se entenda que há ou falta autonomia (organização dos materiais, solicitação da professora em situações básicas);

Explicitar habilidades que o aluno já domina e quais ainda precisa dominar;

Quanto aos conteúdos conceituais:

Escrita:

 Como está a escrita do nome? Escreve com ou sem apoio visual, só o primeiro ou nome completo, reconhece as letras do nome.

 Identifica as letras do alfabeto? Todas, algumas?

 Em qual hipótese de escrita a criança está e qual o gênero textual foi utilizado para tal avaliação (lista, frase, texto de memória, etc);

 Em caso da criança ainda está em hipótese silábica, citar aspectos característicos desse desenvolvimento: diferencia letra de outros símbolos? Utiliza as letras do nome?

Leitura:

 Como se comporta no momento de leitura coletiva?

 Apresenta interesse em ouvir histórias, levar livros para serem lidos em casa, comenta as leituras feitas, etc;

Matemática:

 Identifica números?

 Relaciona numeral quantidade em situações diversas? Jogos, atividades gráficas, etc;

 Sua contagem vai até...

 Resolve situações-problema propostas pela professora em situações quotidianas? Oralmente? Com recursos gráficos? Utiliza estratégias pessoais?

Desenho:

 Gosta de desenhar?

 Há algum tema que se repete em seu desenho?

 Já apresenta esquema corporal?

 Seus desenhos apresentam detalhes e riqueza de cores?

 Se sente a vontade para desenhar ou já tem um juízo de valor estético que o impede cumprir determinadas propostas para desenho?

Demais áreas de conhecimento:

 Tentar contemplar as demais áreas de conhecimento salientando questões de interesse sobre assuntos e participação em geral.

Enfim, o registro do percurso deve ser claro e com informações que possam ser acessíveis aos diversos públicos, além de também demonstrar nossa capacidade técnica profissional (afinal, somos os professores, se não soubermos registrar as aprendizagens de nossos alunos, quem saberá???). O ato de ensinar é constituído também pela avaliação e o registro – seja qual for o tipo: notas ou registros – é inerente a ela e não podemos nos omitir de fazê-lo. Pense na tarefa como um exercício também para nós.

Postado por Escola Humberto M. Mendonça às Quinta-feira, Agosto 06, 2009

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