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terça-feira, 27 de abril de 2010

A LEITURA MERECE INCENTIVO

O X da questão: incentivar a leitura é fundamental



Num país castigado pelo analfabetismo, projetos de incentivo à leitura são muito mais que bem-vindos: são fundamentais

Fred Linardi (novaescola@atleitor.com.br), colaborou Eduardo Lima

Correr os olhos pelos livros dispostos numa prateleira, escolher um deles e dirigir-se à poltrona mais próxima, seja na biblioteca, na livraria ou na sala de casa. Melhor ainda: deixar-se escolher por uma obra literária. À medida que as páginas são viradas, o leitor se vê transportado para uma espécie de realidade paralela - um mundointeiramente novo, repleto de descobertas, encantamento e diversão. Pouco importa se quem lê é criança, jovem ou adulto. Menos ainda se o que está sendo lido é poesia, romance ou um livro de auto-ajuda. O que realmente interessa é a cumplicidade entre o leitor e a obra, alicerçada no prazer que só a leitura é capaz de proporcionar.

Ler por prazer é o X da questão. Há quem leia, por exemplo, apenas para se informar, dedicando regulamente algumas horas de seu precioso tempo a jornais e revistas - como você, caro leitor, está fazendo neste exato momento. Trata-se de um hábito mais que saudável, a ser preservado e disseminado, e de suma importância na chamada "sociedade da informação" em que vivemos. Mas ele não necessariamente irá transformar você num apaixonado pela palavra escrita. Da mesma forma, a leitura para estudar, parte da rotina nas salas de aula, tem suas funções pedagógicas, mas não faz despertar a paixão pela literatura. Quem descobre prazer numa obra literária nunca mais pára de ler. Quando chega ao fim de um livro, já está louco para abrir o próximo. E só tem a ganhar com isso.

O papel da escola é fundamental nesse processo. E quem melhor que o professor para despertar em seus alunos o prazer da leitura? São muitas as atividades que podem ser desenvolvidas em sala de aula com esse objetivo. "Promover um debate, por exemplo, para discutir cenas ou situações presentes num livro que acaba de ser lido pela turma é uma prática importante e muitas vezes esquecida", afirma a educadora Maria José Nóbrega. O problema é que o profissional de educação nem sempre conta com os recursos necessários para concretizar essas atividades, ou simplesmente não sabe como implementá-las.

Quando a escola não cumpre esse papel, ganham relevância os inúmeros projetos de fomento à leitura espalhados pelo Brasil, tema desta edição especial de NOVA ESCOLA. Num país que ainda sofre com deficiências no ensino público e com o alto índice de analfabetos funcionais (aqueles que, embora tenham aprendido a decodificar a escrita, não desenvolveram a habilidade de interpretação de texto), qualquer iniciativa que vise a transformar brasileiros em leitores é extremamente bem-vinda.



Por que lemos tão pouco?


Segundo a Câmara Brasileira do Livro (CBL), cada brasileiro lê pouco mais de dois livros por ano. Na Inglaterra, estima-se que a média seja de 4,9; nos Estados Unidos, é de 5,1. Outro dado preocupante: por aqui, o tempo médio dedicado à leitura não passa de 5,5 horas por semana, enquanto na Índia - um país em desenvolvimento cuja situação econômica é semelhante à do Brasil - a média é quase o dobro, de dez horas semanais. Por que lemos tão pouco? Há várias respostas, a começar pelo desconcertante grau de analfabetismo funcional.

O último Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado no início de 2008 pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa, revela que apenas 28% dos brasileiros com idade entre 15 e 64 anos têm domínio pleno da leitura e da escrita - ou seja, conseguem ler textos longos, localizar e relacionar mais de uma informação, comparar dados e identificar fontes. Entre os 72% restantes, as habilidades de leitura e escrita são rudimentares ou básicas, limitando-se à compreensão de títulos, frases e textos curtos.

Outro fator que ajuda a explicar os índices precários de leitura no Brasil: até o final de 2007, 380 municípios de todo o país - cerca de 7% do total - simplesmente não contavam com uma biblioteca pública sequer. A situação já foi bem pior: em 2003, eram 1 173 as cidades sem esse serviço. No entanto, construir bibliotecas Brasil afora e enchê-las de livros não significa resolver o problema. É preciso preparálas para atingir seus objetivos, entre os quais destaca-se o de incentivar a leitura entre crianças, jovens e adultos. "Nos últimos 15 anos, passamos a encontrar livros em maior quantidade nas bibliotecas", afirma Elizabeth Serra, secretária-geral da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). "O problema é que, no Brasil, a rede de bibliotecas públicas é muito frágil. O sistema não foi informatizado, não há espaços planejados para os pequenos, os livros são antigos e não há renovação anual do acervo."



Nó que ninguém desata


Se o cidadão mora numa cidade em que não há biblioteca pública, ou se a existente não conta com um acervo que satisfaça suas necessidades, uma alternativa é ir até a livraria mais próxima e comprar o livro que ele tanto quer ler. Aqui, no entanto, esbarramos em dois outros problemas, que também explicam a dificuldade que o Brasil enfrenta para formar novos leitores.

De acordo com diagnóstico do setor livreiro, divulgado pela Associação Nacional de Livrarias (ANL) no fim de 2007, o país conta com apenas 2 676 estabelecimentos dedicados à venda de livros. É pouco: uma livraria para cada grupo de aproximadamente 70,5 mil habitantes. Na vizinha Argentina, a relação é de uma para 50 mil pessoas. Para piorar, as livrarias estão concentradas nas regiões mais desenvolvidas, justamente aquelas que também são atendidas por um número maior de bibliotecas públicas. Mais de 50% das livrarias ficam na região Sudeste, sobretudo nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro - juntos, eles reúnem 1 371 estabelecimentos. Em contrapartida, a ANL identificou apenas 524 livrarias em toda a região Nordeste (20% do total nacional), 132 na região Norte (5%) e 118 na região Centro-Oeste (4%). Roraima é o estado brasileiro com o menor número de estabelecimentos dedicados à venda de livros: apenas quatro, ou o equivalente a uma livraria para 164 mil habitantes. O quadro é ainda pior em Tocantins, onde a média é de 181 mil habitantes por estabelecimento.


 Ter uma livraria na esquina de casa, porém, não quer dizer muita coisa, já que livros sempre foram artigos de luxo para a maioria da população brasileira. O preço médio do exemplar varia entre 25 e 30 reais - ou seja, até 7% de um salário mínimo. Por falta de leitores, quase todos os títulos editados no Brasil têm baixa tiragem, o que empurra o preço do exemplar para cima. Se o livro é caro, as vendas não aumentam; se as vendas não aumentam, o preço continua elevado. E o resultado é um nó que, até agora, ninguém descobriu como desatar.



"No Brasil, a rede de bibliotecas públicas é frágil. Os livros são muito antigos e o sistema ainda não foi informatizado"



Despertar para a leitura


Felizmente, nem tudo são trevas quando o assunto é o despertar da leitura no Brasil. Nos últimos anos, algumas ações capitaneadas pelo poder público, pela iniciativa privada e por entidades do terceiro setor - ONGs, institutos ou associações sem fins lucrativos - vêm ajudando a reverter essa situação. Entre elas, o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), um conjunto de projetos, programas, atividades e eventos implementado pelo governo federal, com a participação da sociedade civil, que tem como objetivo levar a leitura para o dia-a-dia do brasileiro. Também contribuem as badaladas feiras literárias espalhadas pelo Brasil, como a Flip (Festa Literária Internacional de Parati, no Rio de Janeiro), o Literato (Encontro Literário do Tocantins) e a Feira do Livro de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Elas atraem milhares de visitantes todos os anos e mobilizam a mídia em torno da importância do livro.



Para Marisa Lajolo, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, cada uma dessas iniciativas é extremamente importante. Contudo, é fundamental que as políticas de incentivo à leitura se descolem da mera organização de feiras ou da criação de bibliotecas e salas de leitura. O mais urgente, segundo ela, é investir em material humano, com a formação de mediadores de leitura, professores e bibliotecários capazes de semear o prazer da leitura por todo o país. "Mediadores são os instrumentos mais eficientes para fazer da leitura uma prática social mais difundida e aproveitada."



À frente de uma verdadeira revolução silenciosa, que raramente vira notícia, projetos de incentivo à leitura como os que você conhecerá nas próximas páginas formam e multiplicam mediadores de leitura em todo o Brasil, muitas vezes atuando em regiões carentes e em localidades de difícil acesso. E mais: criam bibliotecas comunitárias, facilitam o acesso aos livros, promovem encontros com escritores... Enfim, transformam milhares de crianças, jovens e adultos em leitores - sempre com muito prazer.

Leitura para toda a escola

Ler todos os dias foi a chave para alfabetizar e formar uma comunidade "louca por livros"

Paula Nadal (paula.nadal@abril.com.br)



RECEITA QUE DEU CERTO
Com a equipe motivada e um projeto bem montado, a escola investiu em um espaço de leitura.


Em dezembro de 2005, quando Cláudia Zuppini Dal Corso e Silvana Aparecida Santana Tamassia foram chamadas para assumir o comando da EMEIEF Cata Preta, no município de Santo André, na Grande São Paulo, a situação era desanimadora. Setenta alunos tinham sido reprovados e 58,7% dos matriculados chegavam ao último ano do primeiro ciclo sem estarem alfabetizados. Para piorar, no fim de 2006 foi divulgado o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da escola: apenas 3,9, ante à média da rede municipal de 4,8. Ambas já haviam trabalhado juntas em 2003 na EMEIEF Jardim das Maravilhas, também em Santo André, e, por formarem uma boa dupla de gestão, foram convidadas a resolver os problemas da Cata Preta. Hoje, por decisão da comunidade, a escola chama-se Carolina Maria de Jesus, nome de uma escritora que morava numa favela e cuja história se assemelha à dos moradores da região.

Assim que tomaram posse, as gestoras estabeleceram como meta alfabetizar todos os alunos de até 8 anos de idade e melhorar a linguagem escrita dos 1,2 mil estudantes com a implementação de um grande projeto de incentivo à leitura, o Programa Lendo e Aprendendo. Em meados de 2007, as duas receberam um reforço na equipe, o da assistente pedagógica Gilne Gardesani Fernandez, que contribuiu para melhorar ainda mais os resultados que já apareciam. Toda a comunidade foi envolvida: professores, funcionários, alunos e pais passaram a ter momentos diários de leitura e a escola ganhou novos espaços dedicados aos livros. Com o apoio da Secretaria Municipal de Educação e graças a uma parceria com a pasta de Cultura, Esporte e Lazer, a equipe investiu na formação dos professores. As atividades foram sistematizadas: diretora e coordenadora pedagógica montaram tabelas com as avaliações dos estudantes para discussão nas reuniões pedagógicas semanais e nos conselhos de ciclo. “O que fizemos foi pensar sempre em prol do aluno”, afirma Silvana. “O envolvimento da equipe diretiva permitiu que os resultados fossem efetivos”, observa Cláudia.



Gestoras Nota 10

Com os números animadores, Silvana Tamassia inscreveu o Lendo e Aprendendo no Prêmio Victor Civita – Educador Nota 10 e a Cata Preta foi a vencedora na categoria Escola, em 2007. O dinheiro da premiação se transformou numa nova biblioteca e duas professoras foram encarregadas da organização do espaço. Uma delas chegou a desenvolver um sistema eletrônico de cadastro e empréstimo de exemplares, o que facilitou o trabalho de todos.

Segundo Ana Amélia Inoue, selecionadora do Prêmio Victor Civita, o trabalho afinado entre direção e coordenação pedagógica foi fundamental para que o projeto funcionasse. “As gestoras detectaram que os alunos não sabiam ler e definiram o caminho, o que é exatamente o papel da equipe diretiva. Os planejamentos de aula deixaram de ser burocráticos e o envolvimento da comunidade escolar diminuiu a resistência ao programa”, afirma. Em 2008, os esforços foram recompensados: os alunos de 7 e 8 anos da Carolina Maria de Jesus dominavam leitura e escrita. O Ideb de 2007, divulgado no fim do ano passado, chegou a 4,9 – índice superior aos 4,3, que, segundo o projetado, a escola deveria atingir em 2009.



Este ano, o comando da Carolina Maria de Jesus mudou de mãos, mas a nova equipe rebatizou o projeto: Biblioteca Viva. Elizete Cristina Carnelós Buzeto, a atual diretora, conta que uma das propostas para 2009 é ampliar o acervo com livros sem texto para a Educação Infantil, infanto-juvenis para o segundo ciclo do Ensino Fundamental e crônicas e cordel para a Educação de Jovens e Adultos. Já foram organizados horários semanais em que os professores acompanham os alunos à biblioteca para que eles escolham os títulos que desejam levar para casa e no momento cultural destinado aos funcionários estão previstas leituras de gêneros diversos. “Em parceria com contadores profissionais, fazemos contação de história para alunos e funcionários e queremos estender essa atividade também para os pais”, diz Elizete.

A seguir, você conhece o projeto vencedor do Prêmio Victor Civita.

Lendo e Aprendendo



OBJETIVOS

• Gerais Estimular nos alunos o gosto pela leitura, ampliando o repertório para o trabalho de leitura e escrita, e envolver toda a organização escolar num projeto de leitura e escrita.

• Para a direção e a coordenação Promover a formação constante dos professores e estabelecer metas que pudessem ser atingidas por todo o grupo.

• Para os alunos Desenvolver o comportamento leitor e escritor para ampliar o repertório com vistas às produções escritas.

• Para os professores Ler diariamente para os alunos, possibilitar o acesso a diferentes materiais de leitura e a ações de estímulo ao comportamento leitor e realizar projetos didáticos de produção textual.

• Para os funcionários Ler diariamente e valorizar os espaços de leitura.

• Para os pais Participar de momentos de leitura com as crianças.

ANOS

Todos, com foco no 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental.



CONTEÚDOS

• Diferentes propósitos de leitura.

• Linguagem escrita e produção de texto.

• Produção de texto oral com destino escrito.

• Características de diferentes gêneros literários.



TEMPO

Três anos.

MATERIAL NECESSÁRIO

Livros literários e informativos de qualidade, fantoches, malas de histórias, almofadas, mesas e armários para a organização do acervo.



DESENVOLVIMENTO

1ª ETAPA Reconhecimento e planejamento

O programa começou com as gestoras analisando as necessidades da escola com base nos registros de avaliação dos anos anteriores, em questionários respondidos pelos professores e em avaliações escritas feitas pelos alunos do primeiro ciclo. Em três meses, o novo projeto pedagógico foi elaborado, com metas simples de ser cumpridas – como ler em voz alta para alunos e funcionários todos os dias, fazer com que os alunos lessem um livro por semana, estimular o reconto das histórias lidas em sala de aula, organizar atividades individuais e coletivas de produção escrita, estruturar um projeto coletivo de produção de um livro.



2ª ETAPA Novas propostas de formação

Com o projeto pedagógico em mãos, a equipe gestora organizou a formação para os professores em encontros semanais de uma hora, mais uma reunião de quatro horas a cada dois meses. Nos primeiros, eram abordados temas que surgiam nas avaliações, como hipóteses de leitura e escrita, o que os alunos aprendem quando o professor lê para eles ou quando leem sozinhos, produção e revisão de texto, ortografia e pontuação. Nas análises bimestrais, eram expostas e discutidas teorias e apresentadas novas atividades para a sala de aula. Tudo isso fez com que os envolvidos passassem a considerar importante a leitura dentro e fora da escola.



3ª ETAPA Envolvimento da comunidade

Os pais foram convidados a conhecer o projeto e incentivados a ler para os filhos ainda não alfabetizados ou a pedir que as crianças maiores recontassem as histórias lidas na escola. Com o tempo, pais e mães que levavam os filhos para a aula tiveram a ideia de ler para eles enquanto aguardavam o ônibus ou durante o trajeto. Os funcionários não ficaram de fora: diariamente, durante 30 minutos, o pessoal de limpeza, administração, cozinha e manutenção interrompia suas atividades para ouvir romances, contos e crônicas lidos por alguém da direção. Cláudia e Silvana selecionaram textos cujo enredo tivesse interesse para eles, como o livro Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus. No início de cada reunião pedagógica, os professores ouviam a diretora ou a coordenadora pedagógica ler textos e trechos de livros. Com o passar do tempo, cada professor ficou encarregado de escolher um livro, ler para os colegas um trecho e compartilhar com o grupo sua opinião.



4ª ETAPA Criação de espaços de leitura

Logo no começo, a equipe diretiva percebeu que, mesmo com um projeto pedagógico bem estruturado e pessoas motivadas, era preciso criar espaços apropriados para as novas atividades. Assim, os acervos distribuídos entre as classes foram organizados numa só sala equipada com mesas e armários. Para deixá-la mais atraente, almofadas, pufes e fantoches passaram a fazer parte da decoração. Acessar e escolher os livros se tornou mais fácil quando os exemplares foram catalogados por gênero e identificados com etiquetas coloridas. Uma funcionária, antes auxiliar de serviços gerais, recebeu capacitação e tornou-se a responsável pela biblioteca. Em 2008, a escola ganhou uma nova biblioteca, construída com o dinheiro recebido pelo Prêmio Victor Civita, e o atendimento passou a ser feito por três professoras de suporte.



5ª ETAPA Formação de parcerias

Apoio e parcerias com órgãos municipais e entidades do bairro ajudaram a manter os docentes em constante atualização e a ampliar a bagagem cultural dos alunos. Todos os professores do primeiro ciclo participaram do programa Ação Escrita, desenvolvido pela Secretaria de Educação de Santo André com base no Programa de Formação de Professores Alfabetizadores, o Profa, do Ministério da Educação. Um dos principais resultados dessa capacitação foi a montagem de malas de histórias, com livros de gêneros literários específicos – ficção, contos de fadas, romances e histórias de terror – para percorrer as salas de aula e ampliar o repertório das crianças. A Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer também oferecia, a cada dois meses, uma contação de histórias com um profissional, na biblioteca da escola e aberta a toda a comunidade. As gestoras contaram ainda com a atuação do Conselho Tutelar, que foi à casa dos estudantes e, em apenas um semestre, conseguiu fazer com que 150 dos 400 faltosos voltassem a frequentar as aulas. As crianças foram incentivadas pela direção a participar de oficinas culturais no contraturno e de treinamentos esportivos graças a uma parceria com um centro comunitário vizinho.



6ª ETAPA O papel da equipe diretiva

A equipe gestora acompanhou de perto todos os programas desenvolvidos e fez observações nos registros entregues todas as semanas pelos professores. À coordenação pedagógica, coube ainda o planejamento das reuniões com os professores – semanais, bimestrais e anuais – e a criação de um grupo de discussão na internet para discutir e avaliar avanços e problemas.



AVALIAÇÃO

Todas as atividades de leitura e escrita realizadas na escola foram registradas pelos professores. Cláudia e Silvana tabularam esses dados em planilhas subdivididas por itens de avaliação. Nos exercícios de produção de texto, eram observadas a pontuação, a ortografia, a organização do enredo, as características do gênero proposto e a sequência temporal. Para os menores que ainda não eram alfabetizados, a avaliação se dava por meio de um ditado com a finalidade de verificar se a criança avançava no conhecimento sobre o sistema de escrita. As planilhas eram detalhadamente analisadas nas reuniões pedagógicas, assim como os avanços e as dificuldades de cada agrupamento de alunos, para planejar em conjunto o desenvolvimento de novas atividades e os programas de formação dos docentes. Ao fim de cada semestre, a escola promovia uma grande avaliação coletiva de leitura e escrita com todos os alunos do Ensino Fundamental. Os textos produzidos pelas turmas se transformaram nos capítulos de um livro coletivo.

Quer saber mais?

CONTATOS

Cláudia Zuppini, clauzuppi@yahoo.com.br

EMEIEF Carolina Maria de Jesus, Estr. Cata Preta, 810, 09170-000, Santo André, SP,

tel. (11) 4455-5297

Silvana Tamassia, silvanatamassia@yahoo.com.br

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